Guaxupeana de 29 anos morre de apendicite após ir 5 vezes ao Pronto Socorro

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Natália Corrêa morreu devido a infecção generalizada causada pela demora em diagnosticar e operar apendicite na Santa Casa de Guaxupé.

Foto Google

A guaxupeana Natália Corrêa, de 29 anos, faleceu no dia 06 de janeiro devido a uma infecção generalizada causada por uma apendicite. A busca por atendimento médico começou no dia 27 de dezembro, quando Natália foi ao Pronto Socorro de Guaxupé, mas apenas na quinta vez, dia 02 de janeiro, foi feita a internação e o pedido de ultrassonografia para o diagnóstico da doença.

Segundo familiares da vítima, que mesmo sendo proibidos de acompanhá-la durante o atendimento estavam presentes no hospital, a paciente recebia apenas dipirona, buscopan e soro em todas as vezes que foi levada ao PS com dor extrema no abdômen, sendo diagnosticada como excesso de gases.

O marido de Natália, Rafael Navarro Santos, de 29 anos, relatou que o estado de saúde de Natália se agravava a cada dia, sendo que na madrugada do dia 02 de janeiro a paciente, que havia ido ao hospital mais uma vez, recebeu alta às 1h00 após receber a mesma medicação, mas ainda sentindo fortes dores teve que voltar novamente às 3h00 levada pelo Corpo de Bombeiros, sendo essa a quinta vez que a vítima procurava atendimento.

“Os bombeiros falaram que o batimento cardíaco dela não estava normal. Chegando lá, veio um médico fazer algumas perguntas e nem sequer tocou nela. Ela ficou das 3h da madrugada até às 5h30 tomando soro e esperando uma médica que iria atender ela. A médica internou a Natália dizendo que seria necessário fazer um ultrassom, pois não estavam descobrindo o que ela tinha.” contou Rafael.

Ainda segundo o viúvo, a equipe médica alegou ter que fazer o exame de ultrassonografia em outro consultório, pois o aparelho do hospital não pegaria a região de forma específica por conta do peso da paciente, sendo realizado apenas no dia seguinte, 03/01. Na quinta feira, dia 04/01, às 17h30, a médica foi ao quarto de Natália e disse que não era possível identificar o problema pela ultrassonografia, pois haviam muitas manchas que poderiam ser pus e a prepararam para realizar a cirurgia.

“A doutora chegou e disse: faz quantos dias que ela estava com dor, mais de 15? Eu expliquei que não, que foi depois do natal — “Se eu não operasse hoje, ela iria morrer. O caso é grave, ela está sedada e foi para UTI”, relatou Rafael.

Na manhã do dia 6 de janeiro, Natália Corrêa, moradora do bairro Parque dos Municípios 1 em Guaxupé e que trabalhava na loja Adika (Bandeirantes), veio a falecer. O Atestado de Óbito da vítima consta que a causa foi “pós-operatório de apendicite, choque séptico refratário, abdome agudo inflamatório, sepse de origem abdominal e obesidade”.

O Portal da Cidade Guaxupé procurou a superintendência da Santa Casa de Guaxupé pedindo um parecer e questionando a causa de não ter sido feita a ultrassonografia na primeira ida da paciente ao PS, não ter sido alterado o protocolo de medicação ou chamado um médico especializado em aparelho digestivo, porém o Hospital informou que “Sob a égide da Lei Federal 13.709 de 14 de agosto de 2018 que estabeleceu a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em âmbito nacional, a Santa Casa de Guaxupé manifesta no sentido da impossibilidade de fornecimento de informações de pacientes sob pena de infringência da referida norma.”

A família declarou que vai dar início a um processo judicial contra a Santa Casa de Guaxupé por negligência. “Acredito que foi falha do hospital, pois poderiam ter realizado a cirurgia muito antes. Vou procurar um advogado, pois isso não pode continuar acontecendo com pessoas inocentes. Ela era jovem, linda, com uma vida pela frente, nós tínhamos tantos planos e agora perdeu o sentido.” disse Rafael.

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Tragédia se repetiu

Em entrevista ao Portal da Cidade, Rafael contou que Natália e ele perderam um filho em 2019, e alegou que também foi por negligência médica na Santa Casa de Guaxupé. No dia do parto, não realizaram uma cesárea e devido ao longo tempo de espera para que fosse feito um parto normal, o bebê nasceu sem vida.

Nessa ocasião a família não realizou processo judicial.

Fonte: Portal da Cidade Guaxupé

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