Comprometimento com a Dignidade

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Visitamos o Grupo Crer pra Ver, que contou com as presenças da Karla, Cláudia e Aline, que fazem um trabalho social junto às famílias com portadores da Síndrome de Down e Deficiência Intelectual. Vamos conhecer um pouco deste Trabalho.

Terceiro Setor – O que este trabalho tem de comprometimento com as mães?
Karla –
Quando você traz esta palavra comprometimento, é o que nós sentimentos, pois todas nós aqui temos filhos com Síndrome de Down, e suscitou aí uma necessidade, por vivenciar muitas situações. Então pensamos, não dá para ficar com todas estas questões dentro de casa. Tenho uma formação em Psicologia e eu via que muitas coisas podiam ser melhor trabalhadas com a família e com as pessoas com Síndrome de Down. Fui atrás de outras mães que tinham o mesmo ideal, mas não sabiam como fazer e fomos fazendo. O Nosso grupo começou dentro da estimulação precoce na APAE, ao qual temos muito para agradecer por ter aberto o espaço. Mas, percebemos que precisávamos seguir um caminho. Porém, ainda não somos uma ONG, não temos CNPJ, pois a nossa característica é de Movimento Social, que trabalha muito a informação. A necessidade que temos de abrir caminhos para os nossos filhos, empoderar as famílias para que possam saber da legislação, inclusão escolar, inclusão social, inclusão no mercado de trabalho, enfim, precisávamos ajudar a construir este espaço. Este grupo já atua desde 2007, há doze anos. Uma luta linda, que mesmo não sendo um grupo “formalizado”, provocamos muitas mudanças na cidade de Franca, e temos esta consciência.

Terceiro Setor – O que o grupo proporciona e quantas famílias estão inseridas?
Karla –
Temos cerca de sessenta famílias. Temos um grupo por Whatsapp que facilita muitas coisas, pois concentra todas as informações e orientações.
Cláudia – Com isto, não perdemos a oportunidade de proporcionar momentos de convivência entre as famílias, as crianças, os adolescentes evolvidos. Já temos pessoas no mercado de trabalho, graças ao grupo. São resultados bem positivos.

Terceiro Setor – Qual a faixa etária atendida aqui?
Karla –
Hoje, uma mãe que sabe que vai ter um filho com a Síndrome já nos procura. Aí nasceu e o Pediatra solicita uma visita nossa no hospital. Mas, o nosso grupo tem uma faixa etária entre seis e dezoito anos.

Terceiro Setor – Quais são os profissionais capacitados envolvidos no processo?
Aline –
O Fisioterapeuta, incialmente na estimulação precoce, Fonoaudiólogo, Terapeutas Ocupacionais, Psicopedagogo, Neuropsicopedagogo.
Karla – Nós não temos um atendimento, ocupamos um espaço, que nos é cedido. O que fazemos é instrumentalizar estas famílias para esta busca. Estamos em 2019, e os médicos ainda não sabem dizer o que tem que fazer. De 2018/2019 nós conseguimos inserir esta pauta no conselho de pessoas com deficiência, porque temos uma representatividade dentro do Conselho Municipal. O mesmo estava desativado há alguns anos e foi movimentação do Crer que fez com que os vereadores exigissem de novo a abertura do conselho. Levamos então esta pauta do momento da notícia e conseguimos chamar os hospitais de Franca para escutar que precisa ter o protocolo. Porque impacta muito quando um médico diz: “Seu filho tem Down. Não vai falar, não vai andar, não espera muito não”. E a família fica em baixa, vamos dizer. As famílias precisam sair desse lugar do “dó” e ter Dignidade.
Aline – E o objetivo do grupo é revitalizar isto. Fazer o acolhimento e informar. E seguir com dignidade.

Terceiro Setor – Quem pode ajudar o grupo?
Karla –
Muita gente pode. Porque precisamos trabalhar muito. A nossa bandeira é a informação. Não precisa ter alguém deficiente na sua família para entender as nossas necessidades. É questão de empatia se colocar no lugar do outro. Se entender as nossas necessidades já vai estar nos ajudando. Temos pensado em uma opção de apadrinhamento. São pessoas que vão precisar de Fono longos anos, natação por muitos anos… E não são todas as famílias que conseguem bancar, e não conseguem o BPC (Benefício de Prestação Continuada) do governo Federal e no SUS, porque o que tem não consegue atender, pois a demanda é muito grande. Seria interessante um apadrinhamento de uma Fonoaudióloga, academias, terapias, enfim, o que puder.

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