Governo lança campanha de combate ao feminicídio e convoca a população a denunciar casos de agressão; canal 181 garante anonimato
Em Minas Gerais, a cada dois dias uma mulher morre vítima de violência doméstica. Em 50% dos casos, as mortes foram causadas por facas, tesouras ou canivetes. São crimes cometidos por maridos, namorados, ex-companheiros, entre outros. A partir desses números, uma campanha lançada pelo Governo de Minas nesta quinta-feira (25/1) convoca a população a “botar tudo em pratos limpos” e reforça que “em briga de marido e mulher” se mete a colher sim. As peças publicitárias estão sendo exibidas em emissoras de rádios e TVs e nas redes sociais.
Em todo o Brasil, somente em 2021, 3.878 mulheres foram vítimas de homicídio. Os casos registrados como feminicídio, que é quando a vítima é assassinada pelo fato de ser mulher, chegaram a 1.341, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com um relatório da Polícia Civil de Minas Gerais, 155 mulheres foram
vítimas de feminicídio naquele ano. Em 2022, foram 163, além de outras 195
tentativas de feminicídio.
Para coibir a violência contra a mulher, impedir que essas mortes ocorram e
garantir que os agressores sejam presos, a campanha do Governo de Minas reforça
que é possível denunciar pelo telefone 181. O Disque Denúncia é coordenado
pela Secretaria de
Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e completou
15 anos em 2022.
Nesse período, mais de 1 milhão de denúncias foram apuradas pela Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de
Bombeiros Militar. Mais de 263 mil criminosos foram presos e
apreendidos. O canal garante o anonimato e sigilo da pessoa que faz a denúncia
e garante a participação da sociedade no combate à criminalidade.
Canais de ajuda
Em situações de emergência, as denúncias também podem ser feitas pelos
telefones 190 (Polícia Militar) e 197 (Polícia Civil).
Na página da Delegacia Virtual é possível registrar
ocorrências de ameaça, lesão corporal, agressão e descumprimento de medida
protetiva.
As vítimas também podem utilizar o aplicativo MG Mulher, disponível gratuitamente para
Android ou iOs, que conta com endereços e telefones de delegacias, unidades
policiais e instituições de ajuda mais próximas, vídeos, áudios e textos para
orientar as vítimas, além da possibilidade de criar uma rede de contato com
pessoas de confiança que podem ser acionadas em uma emergência com um só
clique.
Acolhimento
O Governo de Minas Gerais disponibiliza espaços de acolhimento e ajuda às
vítimas de violência doméstica e também aos filhos.
Em Belo Horizonte, existe a Casa da Mulher Mineira, uma unidade da Polícia
Civil na Avenida Augusto de Lima, 1.845, no Barro Preto. Inaugurada no ano
passado, ela atendeu mais de 500 mulheres somente nos dois primeiros meses de
funcionamento. Cerca de 450 medidas protetivas foram solicitadas.
Na unidade, as mulheres podem solicitar Medidas Protetivas de Urgência,
acompanhamento até a residência para retirada de pertences em segurança,
receber a guia de exame de corpo de delito, realizar a representação criminal
para a devida responsabilização do agressor, além de ser encaminhada para casas
abrigo, para serviços de atendimento psicossocial e para orientação jurídica na
Defensoria Pública. O ambiente favorece a privacidade e a escuta qualificada
durante atendimento.
As vítimas de violência doméstica ou familiar também podem buscar ajuda por
meio do Centro Risoleta Neves de Atendimento à Mulher (Cerna). A ferramenta,
vinculada ao Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação em Direitos Humanos
(Sima-Mulher) do Governo de Minas, registra casos de violação e fornece
mecanismos para promoção do atendimento à vítima em rede. O primeiro
atendimento é feito por agendamento direto ao serviço, por meio dos telefones
(31) 3270-3235 ou (31) 3270-3296.
Foto: Governo de Minas / Divulgação