Colunista | Cida Heluany – cidadã monte-santense | Observando… O mês de agosto

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Vamos falar sobre o mês de agosto. Que mês é este que quando ele ocorre a maioria diz: é o mês dos cachorros loucos, é o mês que a capetada se espalha com o vento e por aí vai…
E daí temos uma impressão esquisita da época. Quem nasce no mês de agosto então até encolhe ao dizer a sua data. Mas como o amor que pode ser real ou uma construção nossa o mês de agosto tem suas famas no irreal.
É o mês onde o vento prenuncia a primavera e espalha amor por entre os flancos da atmosfera. Mês dos pais e o amor paterno é o amor da dádiva e da entrega. Mas há pais que só reproduzem e aqueles que são semeadores. Padre Antonio Vieira dizia “há o semeador e há aquele que semeia”. Eu tive o privilégio de ter um bom pai que foi um semeador.
Voltando ao mês de agosto recebi pelo WhatsApp um texto maravilhoso sobre ele. O texto é de Miryan Lucy de Rezende e me encantou tanto que passo para vocês:
“Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!
Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.
Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.
O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores. Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações.
Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu. Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo. Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.
Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras.
Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela.
Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!”
É realmente um texto de encantamento assim como são encantadoras várias pessoas nascidas no agosto. Então… feliz final de agosto agora olhando com outros olhos!

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