Secos e não molhados

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A ONG pede socorro

Fátima das Fraldas

A ONG é uma entidade sem fins lucrativos, dedicada a produção de fraldas descartáveis, com doação para crianças e adultos, doentes e carentes de Franca e região. Passando por momentos muito complicados, a entidade precisa da ajuda de todos. Vamos aprofundar um pouco mais, conversando com a “Fátima das Fraldas”, como é carinhosamente conhecida.
Quando e qual o motivo que levou a fundar a ONG Secos e Não Molhados?
Fátima- Em 1992, eu já atuava e participava na Fraternidade Independência III com um grupo de Senhoras, que desenvolvia os trabalhos em um roupeiro Infantil. Após este horário, eu me dedicava como voluntária, dando os banhos em asilos de Franca. Naquela época, não se falava em fraudas descartáveis, ou seja, era um luxo. Em certa ocasião, em uma determinada instituição, fui eu a responsável para o banho em uma paciente da ala particular daquela unidade. Fiquei encantada, porém, de coração partido pelos demais idosos, pois estava diante de camas toda molhadas, assaduras e ferimentos. Deparei-me com uma cama seca e uma pele de bebê. Pensei, meu Deus, tem que ter um meio de, pelo menos, minimizar esta desigualdade. Curiosa, fui examinar aquela peça, vi que não era tão impossível e que nem se tratava de um luxo. Daí a idealização do projeto ONG Secos & Não Molhados.

Quando o projeto teve o reconhecimento na comunidade?
Fátima- Em 1994, com o apoio de um médico local, que cuidava de um grupo fechado de crianças, todas soro positivo. Me procurou com a proposta de incluir no projeto a possível produção de fralda infantil. Esta produção, por motivo ético, deveria ser sigilosa. Através de médicos locais, que se mobilizaram entre eles, para a compra da segunda máquina, esta automática. Isso tudo aconteceu no prazo de uma semana, graças a credibilidade e o apoio que todo projeto de consistência precisa na sua fase inicial. Daí, realmente constituída, a Secos e Não Molhados, já com sede própria na Rua Tomás Gonzaga, em um galpão, cedido pelo Sr. Francisco Ferreira.
Como foi o engajamento e a participação do voluntariado neste tempo de atuação e dedicação dentro da ONG?
Fátima – Desde 2004, já no atual endereço, tivemos que ampliar gradativamente os recursos para produzir e atender a demanda que crescia cada dia mais… Foi muito gratificante a participação da comunidade, mas, principalmente, o voluntariado, de todas as faixa etárias: idosos, jovens e adultos. Reuníamos em uma escala de produção todos os dias. Na maioria das vezes manhã, tarde e noite, com total apoio da sociedade nas causas e campanhas em prol da ONG. Levando em conta o fato de que a ONG passou também a assumir um papel, não só de produção de fraldas descartáveis, mas também, de acolhimento e responsabilidade social, principalmente para as pessoas aposentadas, grupos das instituições como São Vicente de Paulo, que é sagrado estar aqui, dentro da casa.
Qual é a realidade da ONG hoje?
Fátima- (Emocionada) Nas mãos de Deus… Em 2010, graças a Ele, as Fraldas foram colocadas na rede pública. Desde então, temos desenvolvido o papel de realizar o direcionamento de grande parte da demanda para a rede. Mesmo tendo o reconhecimento sociedade, desenvolvendo um trabalho de sustentabilidade própria do voluntariado, responsabilidade social, visando o bem-estar, conforto, prevenção e saúde, não temos o registro no Conselho e nem o título de Utilidade Pública Municipal. Mesmo com o CNPJ e com prestação de contas em dia, junto ao tribunal de contas, hoje com uma receita anual em média de R$ 700.000,00, contamos com promoções beneficentes e a colaboração anual de R$ 21.000,00, que é anônima. Desde 2014, algumas máquinas da produção de fraldas se encontram paradas., e a demanda é ainda maior. Existe um agravante, o prédio actual é de propriedade da Instituição São Vicente de Paulo, o qual deverá ser entregue até o final de 2017, conforme solicitação, para construção de prédio no local.

Como a Fátima e diretores se vêm, perante a sociedade envolvida no projeto? Quais as expectativas com relação ao futuro da ONG?
Fátima- Hoje contamos com um grupo de pessoas voluntárias, que se reúnem todas as terças e quintas, para a produção das fraudas. Enquanto tiver matéria prima no estoque, que devido o resultado não satisfatório de 2016 com relação ao evento que mais garantia os custos desta matéria prima, que era o Jantar Secos e Não Molhados, este ano de 2017 não será realizado. Confesso que a preocupação com a matéria-prima é o de menos, pois pensamos até em voltar a comprar as fraudas prontas ou algo assim. Porém, a nossa preocupação maior é com os voluntários, como eu. Aos meus 63 anos, isso tudo aqui, é o grande motivo para continuar a viver, e os demais, que procuram não só doar, mas estão também em busca sempre de algo mais… Recebemos uma proposta de um grupo local (G. Káritas), de estudar a possibilidade de assumir a ONG. Esperamos e buscamos junto a comunidade, pessoas que venham trazer alternativas e forças para continuar com o trabalho. Tenho também projetos para serem estudados e possibilidades de serem executados, como aquisição de uma máquina industrial para produtividade a nível de atender a demanda municipal e dos municípios vizinhos. É um projeto que propõe a criação de um método, com proposta de conscientização ambiental do descarte deste produto, de forma seletiva e correta. Dificuldades sim, alternativas muitas, desistir jamais!

Organização não Governamental Secos e Não Molhados.

Rua: Couto Magalhães, Centro em frente ao Posto de Saúde – Franca /SP

Contato (16) 9 9165.7988
Presidente: Fátima

www.secosenaomolhados.com.br


 

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