Resposta a Bolsonaro veio nas urnas, segundo deputados

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Na Reunião Ordinária de Plenário, parlamentares também criticaram possibilidade de acordo entre o governo e a Vale.

Deputados refletiram sobre o resultado das eleições municipais na Reunião Ordinária de Plenário – Foto: Henrique Chendes

As eleições municipais foram novamente o centro das discussões na Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Outro tema comum nos pronunciamentos realizados na tarde desta quarta-feira (18/11/20) foi a negociação do Governo do Estado com a Vale em busca de reparação pela tragédia causada pela mineradora em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

Para o deputado Ulysses Gomes (PT), o resultado das eleições foi uma resposta clara ao avanço do conservadorismo, à estratégia negacionista do governo em relação à pandemia de Covid-19 e à crise financeira e social que ele teria causado.

O parlamentar acredita que o maior derrotado foi o presidente Jair Bolsonaro, com o entendimento de grande parte da população sobre a nocividade de políticos pautados em discursos de ódio. Ele defende que é hora de dobrar a luta contra esse “momento obscuro”, a partir da derrota de candidaturas que desprezam as instituições democráticas e a ciência.

Ulysses Gomes também criticou a política econômica do governo federal, no seu entender, baseada em vender patrimônio público, eliminar direitos e asfixiar financeiramente áreas essenciais, como a educação e a segurança.

Brumadinho – O deputado se mostrou contrário, ainda, ao acordo que está sendo costurado entre o Poder Executivo e a Vale – “às escondidas”, segundo ele. De acordo com o parlamentar, o governo pode aceitar menos da metade dos R$ 54 bilhões estimados de prejuízo com o rompimento da barragem na Mina do Córrego do Feijão.

A deputada Andréia de Jesus (Psol) também classificou o acordo como escandaloso. Advogada, ela disse não entender como o Estado pode se colocar no lugar dos atingidos nas negociações. Nesse sentido, cobrou participação social, principalmente das famílias prejudicadas, no diálogo com a mineradora.

Andréia de Jesus avalia que o governo pretende criar uma espécie de caixa 2 com os recursos que pode receber da Vale, para financiar serviços e obras que julgar mais convenientes. Ainda sobre a mineração, ela criticou decisão da Justiça que permitiu a suspensão do auxílio para moradia temporária de famílias que tiveram que deixar suas casas em Barão de Cocais (Região Central).

Diversidade – Assim como Ulysses Gomes, a deputada também celebrou a maior presença feminina e a diversidade nas câmaras municipais. Ela ressaltou que há uma militância negra preparada e se preparando para ocupar os espaços de decisão. “A democracia, embora questionada nos dois anos de governo Bolsonaro, se manifestou nas urnas e saiu fortalecida”, afirmou.

Andréia de Jesus acredita que está em curso uma reação dos até então alijados do processo político, dominado por homens, brancos e herdeiros.

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