Obra com marca histórica estará presente na exposição “Rememorar o Brasil: a independência e a construção do Estado-Nação”

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Faltam cinco dias para a reinauguração do Museu Mariano Procópio (Mapro)! Como forma de comemorar a data e expor o grande acervo do Museu, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está realizando uma recapitulação das principais obras presentes no Mapro e na exposição “Rememorar o Brasil: a independência e a construção do Estado-Nação”. Nesta semana, já foram relembradas as vestes de Dom Pedro, a obra Tiradentes Esquartejado, a última foto da Família Imperial, as cartas de D Pedro I à amante, Marquesa de Santos e os exercícios de Dom Pedro II. Agora, você conhece um pouco mais sobre a obra conhecida como “Retrato de D. Pedro II”.

No dia 15 de novembro de 1889, militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituíam o imperador e assumiam o poder no país. Na Praça da Aclamação (atual Praça da República), localizada no Rio de Janeiro, acontecia a Proclamação da República. Dessa forma, a última nação com regime monarquista do continente americano tornou-se uma república. No mesmo dia, no Palácio do Presidente do Pará, que era a sede do governo do Pará, um simpatizante da república dava um tiro na obra conhecida como “Retrato de D. Pedro II”, exposta no local.  

A obra, atribuída a Joaquim da Rocha Fragoso, se encontra no acervo do Museu Mariano Procópio e não foi a única a ser atacada durante a passagem para a república. É o que relata a pesquisadora Julliana Garcia Neves em seus trabalhos sobre o quadro. “Os movimentos de transformações políticas que redefinem a forma de organização de um estado-nação, possuem momentos característicos comuns que definem fases deste processo. Dentre estes encontram-se os movimentos de desconstrução, destruição e apagamento dos símbolos representativos da ordem que pretende-se superar, em nome da evolução e do progresso”. 

As informações sobre o estado de conservação da peça constam em um relatório da instituição de 1944, porém, o documento não descreve quando e onde o colecionador Alfredo Ferreira Lage adquiriu a peça que, além da marca do tiro, tinha rasgos feitos pela lâmina de espadas. Em 2007, o quadro passou por um processo de restauro, mas, segundo os funcionários da instituição, a marca do tiro foi mantida pois se compreendeu o significado e a relevância do fato ocorrido.  

Que tiro foi esse? 

Em 2018, um “meme” feito nas redes sociais do museu gerou uma grande repercussão e muita curiosidade do público. A postagem ligava o quadro e o tiro à música “Que tiro foi esse?”, que fazia grande sucesso no ano. O fato histórico retratado de forma cômica virou questão da prova do terceiro módulo do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no final do mesmo ano. 

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