Estiagem no café é a mais severa dos últimos anos: Nova safra já começa com potencial de perda em Minas Gerais e na Alta Mogiana

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Além da falta de chuva, incidência de bicho mineiro e ferrugem tardia também colaboram para potencial de perda para a próxima produção

Lavouras de café em Muzambinho/MG

Segundo dados avaliados pela Fundação Procafé, localizada em Varginha, o produtor de Minas Gerais e da Alta Mogiana com baixo volume de água no solo, apesar de chuvas volumosas registradas em fevereiro. “O normal pra gente é chover 200 mm e neste ano choveu 500 mm e a partir de março as chuvas começaram a reduzir”, comenta Rodrigo Naves Paiva, engenheiro agrônomo do Procafé. Com base nos dados históricos na região de Varginha/MG, na média histórica dos últimos anos para março, abril e maio é chover em torno de 300 mm, mas em 2020 foram registrados apenas 150 mm de chuva. “A gente entrou nesse período de colheita bastante baixa. Segundo as previsões climáticas, estão falando que deve chover no final de setembro e isso é uma realidade que nos preocupa bastante”, comenta. Em Varginha/MG, o déficit hídrico já é de 100 mm, Araguarí/MG já tem déficit de 155 mm e Franca/SP já registra déficit hídrico de 155 milímetros de precipitação. Vale lembrar que os dados são coletados em estações meteorológicas do próprio Procafé. “O défict está acentuado pro período e de maneira bem generalizada em toda a região do parque cafeeiro”, comenta.

Algumas floradas já estão sendo registradas por produtores de Minas Gerais e Rodrigo destaca que como não choveu nos últimos dias, a planta não deve conseguir manter o pegamento da florada. “Algumas plantas que estão mais bem folhadas podem ter um melhor pegamento, mas outras plantas que estão mais desgastadas tendem a ter um pegamento baixo. O ideal é que essas chuvas retornassem o mais breve possível pra gente tentar amenizar parte deste problema climático”, comenta. Além das questões do clima, Rodrigo afirma que a incidência da ferrugem tardia e de bicho mineiro também foi mais alta esse ano, devido as altas temperaturas, também colaboram para uma quebra na produtividade. “A gente ainda não consegue quantificar a quantidade que a gente já perdeu da próxima safra, é possível afirmar sim que a gente vai ter uma redução na produtividade”, comenta. É importante ressaltar que a safra 2020 é de bienalidade alta e naturalmente a próxima produção deve ser de ciclo baixo. “Com esse défict hídrico, altas temperaturas, desfolha acentuada, período mais quente durante a colheita, todos esses fatores aliados com problemas climáticos, com certeza vão afetar a produtividade do ano 2021”, afirma. Por: Virgínia Alves – Fonte: Notícias Agrícolas

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