A Realização de um Ideal

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Visitamos novamente a Fundação Allan Kardec e conversamos com o presidente Mario Arias, sobre as realizações nos 02 anos deste primeiro mandato (já que foram reeleitos para o segundo mandato agora em 2019), com o desafio de se adaptar à nova Legislação da Saúde Mental.

“A primeira coisa que fizemos foi um planejamento estratégico da Fundação, visitamos várias localidades no estado de São Paulo como CAP”S, Projetos de Desenvolvimento Humano, outros Hospitais e, então, construímos este planejamento”, relatou o presidente, que também comentou sobre o processo destas mudanças. “Foi necessário fazer revitalizações do Pátio do Hospital que estava bem deteriorado pelo tempo de subfinanciamento com o SUS nos últimos 10 anos, e buscamos alguns amigos da sociedade de nossa cidade que nos ajudaram. Começamos pela quadra, fizemos um complexo esportivo que ficou muito bonito. Depois, o bosque, fazendo patrocínio dos bancos para arrecadar fundos para este feito. Durante este processo, fomos trabalhando com a Prefeitura Municipal para a montagem do CAPS III Florescer (Centro de Atenção Psicossocial) que teve a duração de 01 ano e meio, um processo bem complexo, mas que foi inaugurado em dezembro de 2018”. O presidente completou dizendo que já estão sendo atendidas 150 pessoas/dia. Uma grande estrutura, com 33 funcionários e 3.800 procedimentos/mês. “Chegamos aqui com o intuito de diminuir o número de funcionários, mas aconteceu que aumentou, antes eram 280 funcionários e hoje estamos com 315”, completou.

A gestão atual está realizando um projeto de muita relevância para os pacientes com transtornos mentais, já que em Franca estão cadastradas 13.000 pessoas no ambulatório. “Montamos um Centro de Desenvolvimento Humano, para poder dar ocupação para estes pacientes que estão no Hospital ou espalhados pela cidade, e que não têm como trabalhar na iniciativa privada, porque possuem necessidades específicas. Este projeto trata de geração de trabalho e renda. São oficinas de trabalho, como reciclagem de eletrônicos, onde a população nos traz os eletrônicos que não vão mais usar, como computador, celular, rádio… Avaliamos e o que não tem como usar, vendemos as peças. Quem faz todo este trabalho são os oficineiros, ou seja, as pessoas com transtornos mentais, que treinamos. Abrimos também a oficina de costura manual de calçados, com oficineiros que fizeram o curso no SENAI, foram certificados e estão na oficina trabalhando. Estamos recebendo calçados das indústrias para este trabalho, fazemos os acertos com as mesmos e distribuímos os valores integralmente entre os oficineiros. Neste projeto, temos o objetivo de capacitar 300 pessoas nos próximos 02 anos, diariamente aqui trabalhando e recebendo, ou seja, traz a dignidade, a vida de volta para eles”.

Comento, então, da dinâmica destas atividades, da ocupação destas pessoas e em ser úteis, e a resposta é realizadora: “Este é o trabalho que mais nos encanta, porque você vê o resultado, sabe Denise. Você vê o brilho nos olhos de uma pessoa que estava num pátio ou em casa ocioso e agora ela é útil, ainda recebendo uma bolsa com o seu próprio dinheiro, mesmo que seja pouco para nós, mas para eles é muito, pois eles não tinham nada. Você traz a vida de volta para eles. Então, este é o projeto mais maravilhoso que imaginamos para o futuro”, comemora o Presidente da Fundação.

Finalizo o nosso encontro pedindo para o Mário deixar esta motivação de sempre estar fazendo algo por alguém.

“Olha, coincidentemente hoje estava comentando sobre as dificuldades que temos em ter pessoas do nosso lado. Tivemos muita gente nos ajudando nestes últimos 02 anos e isto é muito maravilhoso. Mas, a grande massa ainda precisa se conscientizar. Falamos muito em nossas casas sobre caridade, em trabalho, mas, arregaçar as mangas Denise, e fazer o trabalho, demora muito. Se elas soubessem como isso nos revitaliza como seres humanos, acho que não ficariam mais só na ideação deste sentimento. Fazer alguma coisa pelo próximo seja qual for o resultado ou retorno, mas fazer, não ficar só no ideal. Porque a vida passa muito rápido, se a gente não faz, perdemos uma grande oportunidade nos realizarmos como seres humanos”.

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