Patrocínio Paulista:- A atual direção da Santa Casa de Patrocínio Paulista apresentou denúncia ao Ministério Público Estadual, no ano passado, contra o prefeito José Mauro Barcellos (PSDB), que está sendo investigado por suspeita de recebimento irregular de recursos públicos pagos pela Santa Casa da cidade. A investigação foi aberta porque foram encontradas irregularidades na parte contábil da Instituição.
Nathalia Durval Maxta, gerente administrativa da Santa Casa, constatou que no ano 2016, Dr. Barcellos recebeu por plantões à distância, ao mesmo tempo como cirurgião geral e ginecologista, acumulando função e recebendo por elas sem ter um contrato assinado com a Instituição para prestar tais serviços. Além disso, em seus plantões, mesmo tendo seus honorários como plantonista, o médico ainda teria emitido guias de cobranças por procedimentos, o que caracteriza duplicidade. Por especialidade no plantão, o médico receberia por mês cerca de R$ 12 mil. Foi certificado que o médico também cobrava do SUS a realização de exames de ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia entre outros, realizados durante seus plantões, e que o mesmo recebeu, em alguns meses, valor superior até ao que a Santa Casa recebe do governo para os procedimentos.
Outro problema, conforme relatou o advogado da Santa Casa, Lucas de Araújo, corresponde ao rumo dos repasses de recursos do município e a direção dos mesmos. Em 2016, em contrato firmado, a Instituição teria de receber da prefeitura por serviços médicos especializados, um valor equivalente a R$ 990 mil. Porém, até 31 de dezembro, foram repassados R$ 196 mil. A diferença foi inserida no orçamento do ano 2017. Em 2017, Dr. José Mauro assumiu a Prefeitura e liberou os recursos que faltavam, sendo que a maior parte foi para o pagamento de seus próprios honorários médicos. “Do total, ele recebeu sozinho o equivalente R$ 495 mil, 75% pagos quando ele já era prefeito”, firmou o advogado.
Dr. Barcellos continuou atuando como médico, mesmo assumindo a prefeitura, até ser demitido em dezembro de 2017.
A promotora do caso, Rosana Piola, declarou que a prática não é correta: “O cargo de prefeito, exige dedicação exclusiva. Ele, uma vez empossado, não poderia continuar atuando como médico na Santa Casa”, disse. Finalizou dizendo que ainda é cedo para um posicionamento definitivo do Ministério Público. Que ainda estão investigando, ouvindo testemunhas e colhendo documentos e provas. E que não tem prazo para a conclusão do processo.
O prefeito Dr. Barcellos negou qualquer irregularidade em seus recebimentos e atribui as denúncias a manobras políticas.
