Cobertura da primeira dose nas crianças de 3 a 11 anos está em 83,24%
O
Triângulo Mineiro, formado por 54 cidades, tem 180 mil crianças de 3 a 11 anos
de idade, segundo estimativa da Fundação
João Pinheiro (FJP). E, para vacinar esta população contra a covid-19,
a Secretaria de Estado de Saúde de
Minas Gerais (SES-MG), por meio das Unidades Regionais de Saúde de
Ituiutaba, Uberaba e Uberlândia estão em constante articulação com as
secretarias municipais de Saúde, não apenas para entregar as vacinas, como
também assessorar nas ações locais para atingir a meta preconizada pelo
Ministério da Saúde, que é de 90% do público-alvo com esquema vacinal completo
(dose 1 e dose 2).
Segundo dados
apurados no vacinômetro da SES-MG em 17/10, cerca de 30 mil
crianças ainda não iniciaram o esquema vacinal da covid-19 e 50 mil crianças
estão apenas com a primeira dose, ou seja, não completaram as duas doses.
Desde que a vacinação infantil foi iniciada, há
cerca de nove meses, há um esforço para conscientizar os pais sobre a
importância da vacinação para a redução das hospitalizações e óbitos pela
covid-19. A coordenadora da vigilância epidemiológica da Unidade Regional de
Saúde de Ituiutaba, Valdimary de Souza Santos, destaca as ações que estão sendo
desenvolvidas por meio da comunicação e do trabalho intersetorial nos
municípios.
“À medida que as faixas etárias, com ou sem
comorbidades, iam sendo contempladas, as secretarias municipais de Saúde faziam
o chamamento dos grupos”, diz a coordenadora. “Agora que está aberta para o
público de 3 a 11 anos, há a oportunidade da atualização do cartão durante a
Campanha de Multivacinação, que encerra agora dia 24. Há também a parceria com a
mídia local para orientar os pais e uso das redes sociais institucionais”,
completa.
Busca ativa
Alguns municípios, como Água Comprida, cumpriram
a meta, vacinando com a primeira e segunda dose o público infantil de 3 a 11
anos contra a covid-19. De acordo com a coordenadora de vigilância e atenção
primária à saúde, Marinelly Peracini, a equipe faz um trabalho de busca ativa a
partir do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), onde constam dados de
famílias e crianças atendidas no território.
Segundo a coordenadora, “a equipe liga para as
mães ou responsáveis, agendando um horário para a vacinação nas unidades e,
quando após dois agendamentos a criança ainda não foi levada, a secretaria
municipal de saúde aciona o Conselho Tutelar, órgão encarregado de zelar pelo
bem estar de crianças e adolescentes”, explica Marinelly. “Enquanto isso,
na zona rural, as enfermeiras e agentes comunitários vão a cada residência,
fazenda ou rancho, realizando a imunização e aproveitando também para atualizar
o calendário vacinal de toda a família. Trabalhamos também em parceria com as
escolas, visando garantir as coberturas e também conscientizar a comunidade”,
conclui.
Um município que está bem próximo de cumprir a
meta é Romaria. Jeniel Herley Ferreira, coordenador da Atenção Primária,
explica como o trabalho foi desenvolvido pela equipe de saúde por meio do
Programa Saúde na Escola (PSE). “Os agentes de saúde fizeram a busca ativa por
microárea e também na zona rural. As escolas também foram envolvidas, em que os
pais encaminharam os cartões vacinais e já se articula o agendamento para a
aplicação da dose. Para os pais que apresentavam resistência, a Saúde fez um
trabalho diferenciado para explicar a segurança da vacina para as crianças. Até
hoje, fizemos dois dias ‘D’, aos sábados, para facilitar o acesso dos pais à
sala de vacina”.
Foto: Cristiano Machado / Imprensa MG