Com exceção da Indústria, todos os setores apresentaram queda na confiança com o cenário atual e de curto prazo
A confiança dos donos de pequenos negócios de Minas Gerais caiu em julho, de acordo com a pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), que ouviu 1.410 representantes do segmento entre 1º e 11 de julho. O indicador ficou em 117 pontos, quatro a menos do que o registrado no mês anterior. O Comércio foi o setor mais confiante, com um Iscon de 119 pontos. Já Serviços foi o que apresentou menor confiança (115).
Entre junho e julho, tanto a avaliação dos empresários em relação ao cenário atual dos negócios quanto suas expectativas para o curto prazo pioraram. O Índice de Situação Recente (ISR) caiu quatro pontos (de 88 para 85) e o Índice de Situação Esperada (ISE) teve uma queda de cinco pontos (de 138 para 133). “Apesar de manterem uma expectativa de melhora para os próximos três meses, os empreendedores avaliam que o cenário está menos animador”, explica a economista Paola La Guardia, analista do Sebrae Minas.
Nos sete primeiros meses do ano, o Iscon manteve uma média de 117 pontos, numa tendência de expansão das atividades. “Isso reflete a situação econômica do país, que apesar do controle da pandemia e da retomada das atividades, tem enfrentado os aumentos da inflação e das taxas de juros, aliados a uma taxa de desemprego ainda elevada. Além disso, a proximidade das eleições acentua as incertezas em relação aos rumos da economia”, avalia Paola La Guardia.
A pesquisa Iscon também mostra que, ao longo do ano, a confiança dos empresários de pequenos negócios tem sido mais positiva em relação ao cenário futuro de curto prazo do que sua avaliação sobre os últimos três meses O ISE manteve uma média de 134 pontos no período, enquanto o ISR registrou uma média de 82 pontos.
O ISE e o ISR são os dois subíndices que compõem o Iscon, mas o primeiro tem peso dobrado no cálculo do indicador de confiança dos pequenos negócios. “Fatores que provavelmente também tiveram efeitos sobre a confiança dos empresários do estado ao longo do ano, nesse caso positivamente, foram os estímulos fiscais e de renda oferecidos pelo governo no período”, acrescenta a economista.
O Iscon varia entre 0 e 200 pontos. Um resultado acima de 100 pontos indica tendência de expansão da atividade; igual a 100, tendência de estabilidade e, menor que 100, tendência de retração.
Desempenho por porte e setor
As empresas de pequeno porte (EPP) e as microempresas (ME) apresentaram confiança mais elevada em julho, com 127 e 124 pontos, respectivamente. Já o Iscon dos microempreendedores individuais (MEI) ficou em 111 pontos. Todos os grupos de pequenos negócios apresentaram queda da confiança em julho, mas as ME e os MEI tiveram uma queda maior, ambos de cinco pontos. Já o Iscon das EPP caiu dois pontos em relação a junho.
O setor mais confiante deixou de ser a Construção Civil (117) e passou a ser o Comércio (119). A Indústria ficou com 116 pontos e os Serviços com o menor indicador, 115. Os setores que apresentaram as maiores quedas no Iscon em julho foram a Construção Civil (-8) e Serviços (-7).
Todos os setores tiveram queda da confiança, exceto a Indústria, cujo indicador aumentou três pontos. “Essa melhora pode ser explicada por vários fatores, entre eles algumas medidas que tiveram impactos positivos sobre o setor, como a lei complementar que limita a cobrança estadual do ICMS sobre os combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo”, destaca Paola La Guardia.
Fonte: Ana Gabriella anagabriella@prefacio.com.br