Visitamos o Lar de idosos São Vicente de Paulo onde fomos recebidos pelo Presidente Sr. João e o Rodrigo gestor da Instituição, para conhecer um pouco do trabalho realizado com os assistidos.
“Agradecemos a iniciativa de vocês de vir conhecer esta Instituição que já é centenária aqui em Franca. Hoje, o Lar São Vicente é resultado da unificação de diversas outras instituições que começaram a funcionar em 19 de Julho de 1905. Portanto, com 114 anos de existência”, relata Sr. João, que acrescenta hoje acolher 42 idosos entre homens e mulheres, também em situações de vulnerabilidade social. Alguns possuem famílias, mas não têm condições de manter estes idosos junto de si. Então, solicita-se a vaga e tendo o perfil que o lar acolhe, são recebidos. “Nossa missão é dar dignidade a esses idosos que no final da vida, às vezes fora daqui, não teriam nem para onde ir”.
Terceiro Setor – O que o lar oferece para estes idosos enquanto estão aqui?
Sr. João – Residência, saúde de acordo com o que o SUS oferece, tem uma enfermeira Padrão que coordena todo o corpo de enfermagem, uma equipe técnica com Assistente Social, Psicóloga, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta, Nutricionista e uma Coordenadora Técnica que coordena os demais funcionários.
Terceiro Setor – Eles têm atividades e lazer?
Sr. João – Aqui dentro da Instituição são promovidas festas de aniversário dos idosos, festas juninas, festas de final de ano tanto para os idosos como para seus familiares. Há vários passeios no Shopping, Pesque-pague, na praça em dias de alguma comemoração ou festividades, e aqui dentro tem aulas de pintura, várias atividades que preenche o tempo dos idosos.
Terceiro Setor – O Lar é uma instituição Filantrópica?
Sr. João – Sim, é uma Instituição Filantrópica, e vou além, é uma Instituição de Caridade, porque o objeto da Sociedade São Vicente de Paulo é a prática da caridade. Oficialmente ou juridicamente é uma Instituição de Assistência Social, mas para nós Vicentinos, praticamos a caridade. É isto que nos move a trabalhar aqui voluntariamente, porque este trabalho tem uma mão dupla. Eu, por exemplo, estou com 73 anos de idade, então me sinto útil trabalhando aqui, dedicando o meu tempo e a minha colaboração para que o Lar continue funcionando. E eu conto aqui com várias equipes e temos aqui o gestor Rodrigo, que é altamente qualificado para desempenhar o cargo e nos ajuda enormemente nesta missão que desempenhamos.
Terceiro Setor – Rodrigo, como você vê todos os benefícios deste trabalho para a sociedade?
Rodrigo – É um trabalho magnífico. Eu me identifiquei muito, tanto que é a trajetória profissional que escolhi como carreira, e espero me aposentar aqui enquanto profissional. Estou há 20 anos trabalhando aqui, desde a época da faculdade. É um trabalho encantador. Tirar todo o estigma, a palavra pesada asilo, porque hoje é um lar, uma instituição. A cada dia que passa poder proporcionar a estes idosos uma qualidade de vida, como Dr. João enfatizou, eles têm aqui uma gama de atividades, mas não são atividades impostas simplesmente para que eles não fiquem ociosos. São situações que nós colocamos para que eles possam aproveitar a qualidade e ter uma vida digna com lazer e cultura. Então, é fantástico. Primeiro poder prestar esta assistência, este acolhimento para pessoas que talvez fora daqui não tivessem condições de encontrar o conforto, e principalmente, o amor e carinho, porque além de toda a parte estrutural que trazemos para eles, nós funcionários somos obrigados a transmitir o nosso amor, o carinho, muitas vezes, pela circunstância. Os que não tiveram famílias, não tiveram a oportunidade de encontrar. É fantástico e muito gratificante.
Terceiro Setor – Sr. João, o que pode nos deixar de mensagem como ser humano em fazer parte desta instituição?
Sr. João – Para mim é muito gratificante, não tenho a menor dúvida. Eu também, um idoso já, sentir-me útil aqui é muito importante. Como eu disse, para mim a prática da caridade, no sentido religioso, abre as portas do céu. Não tem nada que pague esta certeza ou esta esperança que a gente tem. E profissionalmente, eu que já sou aposentado há algum tempo, aqui ocupo o meu tempo e é muito bom. Este lar, eu posso dizer que, muitas vezes vemos na televisão, o lado negativo das instituições, os famosos depósitos de velhos. Aqui em Franca, este lar, é realmente um lar de idosos. É totalmente diferente do que se possa ver. É muito gratificante fazer parte da diretoria desta instituição.