Equipe de pesquisadores em geociências vai desenvolver projeto-piloto nos cânions do Xingó (SE, AL) e do Poti (PI), com o objetivo de gerar informações para prevenir acidentes como o ocorrido em Capitólio (MG)
O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) vai desenvolver
entre os dias 14 e 25 de fevereiro dois projetos-piloto para o mapeamento de
risco em áreas turísticas. A ação terá início pelos Cânions do Xingó nos
estados de SE e AL e os Cânions do Poti no Piauí. O objetivo é desenvolver uma
metodologia de identificação de áreas de risco e prevenir acidentes como o
ocorrido em Capitólio (MG) em janeiro deste ano. Nos próximos meses, serão
vistoriadas as regiões da Serra da Canastra (MG) e as áreas de cachoeiras do
município de Presidente Figueiredo – AM.
O SGB-CPRM é responsável no âmbito do governo federal por produzir mapas que
auxiliam na prevenção de problemas relacionados aos desastres de origem
geológica, seguindo as diretrizes e objetivos estabelecidos pela Política
Nacional de Proteção e Defesa Civil, instituída pela Lei Nº 12.608/2012, de
forma a estabelecer ações voltadas à prevenção, mitigação, preparação,
recuperação e resposta aos desastres, envolvendo de maneira integrada a União,
Estados e Municípios.
Desde 2012, a empresa, ligada ao Ministério de Minas e Energia, já mapeou mais
de 1700 municípios em todo o Brasil. Os estados do Acre, Rondônia, Amazonas,
Santa Catarina e Espírito Santo foram 100% mapeados. A setorização de áreas de
risco geológico identifica e caracteriza porções urbanizadas dos municípios
sujeitas a sofrer perdas ou danos causados por enchentes, inundações,
deslizamentos, erosões, dentre outros eventos adversos de natureza geológica.
Em áreas não urbanizadas, são realizadas as cartas de suscetibilidade. É um
produto que abrange toda a extensão municipal e é um raio X do contexto
geomorfológico e geológico de toda a extensão do município.
De acordo com a chefe da Divisão responsável pelos projetos de Geodiversidade,
Levantamento Geoquímico e Patrimônio Geológico, Maria Adelaide Mansini Maia,
estão sendo iniciados estudos que vão abordar risco geológico em áreas
geoturísticas, que não eram atendidas pela setorização de risco por não
possuírem moradores nos locais.
Fonte: Eduarda Vasconcelos maria.rocha@cprm.gov.br