Imunização é a forma mais segura de prevenção da doença; também é importante a testagem rápida para tratamento em tempo oportuno
A hepatite é uma doença infecciosa que provoca um
processo inflamatório no fígado e pode levar ao óbito. Em Minas Gerais, no ano
de 2021, foram registradas 124 mortes por causa da doença. Em 2020, foram 119
óbitos. A vacina é a forma mais segura e a principal ferramenta de prevenção e
controle da doença. Diante disso, a Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a
importância de manter o cartão de vacina atualizado.
A inflamação pode ser secundária a diversos fatores, dentre eles infecções
virais. As hepatites mais comuns em Minas Gerais são causadas pelos vírus A, B
e C. No ano passado, foram registrados 38 casos de hepatite A, 706 casos do
tipo B e 831 casos de hepatite C no estado. Em 2020, foram 28 casos do tipo A,
576 casos do tipo B e 831 do tipo C.
A doença apresenta sintomas variados, sendo os mais comuns a febre, fraqueza,
mal-estar, dor e desconforto abdominal, além de enjoos, urina escura, perda de
apetite, olhos e pele amarelados (icterícia) e fezes esbranquiçadas.
Diferenças
A hepatite A é uma doença transmissível, aguda e causada pelo vírus HAV que, em
geral, não apresenta sintomas na fase inicial. A pessoa exposta a esse vírus
adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Porém, a doença pode
ser fulminante em menos de 1% dos casos. A transmissão é fecal-oral, muitas
vezes associada a condições precárias de saneamento básico de água, de higiene
pessoal e de alimentos contaminados.
A hepatite B não tem cura e é classificada como infecção sexualmente
transmissível.
Já a hepatite tipo C pode se manifestar na forma aguda ou crônica, e é
transmitida pelo contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de
agulhas, seringas e materiais de manicure.
Vacinas
As vacinas contra os tipos A e B de hepatite são oferecidas pelo SUS e estão
disponíveis nos postos de saúde de todo o estado, como destaca a coordenadora
do Programa Estadual de Imunizações da SES-MG, Josianne Gusmão.
“A imunização contra a hepatite B está disponível para toda a população,
independente da faixa etária. Já a da hepatite A está disponível para crianças
a partir de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Depois de receber, da forma
recomendada, todo o esquema vacinal a pessoa fica imunizada pelo resto da
vida”, afirma.
Em 2021, a cobertura contra o vírus tipo B foi de 68,55% em crianças com menos
de 30 dias de vida e de 75,95% em crianças menores de um ano de idade. A
cobertura contra o tipo A da doença foi de 76,46%. A meta de cobertura ideal
preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da
Saúde, é de 95%.
Para o tipo C não há vacina, mas existe tratamento, que também é
disponibilizado pelo SUS e evita complicações. Os medicamentos são gratuitos e
podem ser retirados nos 73 Serviços de Atendimento Especializado (SAE) e
Unidades dispensadoras de medicamentos (UDM) em Minas Gerais, de forma rápida e
segura.
Diagnóstico
Segundo a coordenadora de Infecções Sexualmente Transmissíveis/ Aids e
Hepatites Virais da Secretaria da SES-MG, Mayara Marques de Almeida, a
diferença entre os tipos B e C é basicamente a forma de transmissão.
“Sem apresentar sintoma, a doença evolui sem diagnóstico e tratamento
oportunos. Esse avanço da infecção pode levar ao transplante de fígado, sendo
causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de
câncer. Em alguns casos pode evoluir para óbito”, explica.
Em todos os casos, é importante a testagem rápida e tratamento em tempo
oportuno. Se a pessoa foi diagnosticada com hepatite B ou C, a orientação é
procurar uma Unidade Básica de Saúde e se informar sobre onde retirar os
medicamentos.
O diagnóstico para a detecção da infecção pelos vírus B ou C é realizado por
meio de testes rápidos, que estão disponíveis no SUS. “A oferta de teste rápido
proporcionou a ampliação do diagnóstico das hepatites virais, favorecendo o
tratamento com resultados que reduzem a morbimortalidade. Em relação ao
tratamento, o acesso a medicamentos seguros e com baixos efeitos colaterais
diminui a transmissibilidade da doença”, avalia Mayara Marques Almeida.
Mais informações sobre a doença, sintomas, prevenção, vacinação, entre outras podem ser acessadas em: www.saude.mg.gov.br/hepatite
Foto: SES-MG/ Divulgação