Região já foi interligada por trens, mas decadência das ferrovias deixou um espaço que não foi suprido pelo Metrô.
Terça-feira. A estudante de Biologia Ana Flávia Mesquisa, 22 anos, sai de casa, no Bairro Santa Mônica, na região de Venda Nova, pega uma carona com o avô até a Estação Vilarinho e em aproximadamente 50 minutos, está no campus da PUC-Minas do Coração Eucarístico.
Quinta-feira. Ana Flávia deixa o estágio na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha, e caminha até a Avenida Antônio Carlos. Toma dois ônibus e, uma hora e meia depois, chega ao mesmo destino. Pagando mais, esperando mais e viajando com menos conforto.
A rotina da estudante explicita a diferença que o transporte sobre trilhos pode fazer em uma metrópole. E ilustra a dificuldade de milhares de moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) que aguardam há anos a ampliação do Metrô, muitos deles sem saber que até o início dos anos de 1970 a região estava conectada por trens.
“O ônibus demora a passar, demora no percurso pelo Centro e é ainda mais cheio. No Metrô eu sento mais rápido, consigo ler e estudar melhor, sem paradas bruscas”, compara. Mas faz também a crítica necessária: “O Metrô de BH não liga as regiões. E se não fosse pela carona do meu avô, teria que pegar um ônibus suplementar, cheio e demorado, até a estação”.
Ana Flávia está sempre atenta às notícias sobre o Metrô. “Lembro das perfurações na Praça Sete, que me encheram de esperança. Com a logística de trânsito ruim hoje, com muitos carros, poluição e barulho, o sonho de todo belo-horizontino é ter um metrô ligando toda a cidade”, reforça.
Comissão – Na Assembleia Legislativa de Minas Grais (ALMG), esse também é um tema em pauta. Foi discutido em eventos como o Debate Público Minas de Volta aos Trilhos, em 2017, e o Fórum Técnico Mobilidade Urbana – Construindo Cidades Inteligentes, em 2013.
Em junho passado, ainda sob o impacto da greve dos caminhoneiros, o Legislativo criou a Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras. Um dos propósitos do grupo é, justamente, o de fomentar debates sobre o transporte ferroviário de passageiros. A comissão faz reuniões ordinárias às quintas-feiras, às 10 horas, além de extraordinárias e visitas.
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