A sociedade tem aceitando, cada vez mais, medidas ambientalmente adequadas para a preservação do meio ambiente. Porém, para que essas atitudes tenham, de fato, um impacto relevante, precisamos ir mais além do boicote ao canudo plástico.
Muitas ações precisam ser feitas para equilibrar a presença humana e o desenvolvimento das cidades ao meio ambiente. Sabemos que para a coleta seletiva entrar nas casas de todos os brasileiros, será necessário mais que um discurso bonito, talvez, um estímulo que pode vir a ser financeiro. Pensando nisso, alguns estados e cidades do Brasil criaram projetos de leis, até mesmo já aprovados, que consistem em dar desconto no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para os moradores que aderirem à coleta seletiva de lixo. Em Goiânia, por exemplo, o programa “Recicle Mais e Pague Menos” dará descontos proporcionais ao peso do material reciclado.
Não acredito que causaria um rombo nos cofres públicos, considerando que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, se governo disponibilizasse uma porcentagem de desconto no IPTU com o objetivo de incentivar mudanças de hábitos, afinal, isso beneficiará o país. Esse seria um meio de investir em processos educativos, permanentes e contínuos.
Para que você tenha uma ideia da gravidade do momento que vivemos e quão urgentes são as implantações de ações como essa, de acordo com uma pesquisa Ibope feita por encomenda da cervejaria Ambev, 88% dos entrevistados dizem se preocupar com o meio ambiente, 97% dizem achar que a reciclagem é importante, mas 66% sabem pouco ou nada sobre coleta seletiva e que 39% da população não separa sequer o lixo orgânico das demais partes.
Mais alarmante que isso, um estudo do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) revela que mais de 104 milhões de toneladas de plástico poluirão nossos ecossistemas até 2030 se nenhuma mudança acontecer na nossa relação com o material.
Se o poder público, a sociedade e as entidades fizerem cada um a sua parte, conseguiremos cuidar do meio ambiente e preparar um futuro melhor para as próximas gerações.
Francisco Oliveira é engenheiro civil e mestre em Mecânica dos Solos, Fundações, Geotecnia e fundador da FRAL Consultoria.
Fonte: fernanda.beatriz@mla.com.br