A iniciativa, da Comarca de Rio Pomba, ainda está em fase piloto
Vêm das mãos alguns cuidados para a prevenção ao coronavírus. Muitos diriam que eles se resumem em lavar as mãos e passar álcool gel. Mas há uma outra iniciativa que está sendo desenvolvida pelas mãos de pessoas que, inclusive, já estão em confinamento há muito tempo — há mais tempo que o próprio surgimento da doença. Trata-se da confecção de máscaras faciais pelos presos de Rio Pomba.
O projeto ainda está em fase piloto. Os presos estão criando um modelo, e a ideia é que a população carcerária, os agentes penitenciários e talvez até a população local possam ter um pouco mais de proteção, já que o item está em falta na cidade.
E essa ideia, assim como a produção da máscara, veio em conjunto. Primeiro, da juíza da Vara Única da comarca, Luciana de Oliveira Torres, e do diretor do presídio local, Pablo Carangola Garcia. E na sequência, de ações de solidariedade e conhecimento.
“É um serviço útil, e não estamos restringindo direitos: os presos do regime semiaberto podem continuar trabalhando. A verba para a compra do material veio das penas pecuniárias destinadas ao presídio”, conta a juíza.
O diretor do presídio disse que, por enquanto, a máscara confeccionada pelos presos é um paliativo que pode se tornar uma solução.
“Ainda estamos aperfeiçoando o modelo e buscando mais conhecimentos. Nesse momento estamos trabalhando na forma. Estamos buscando informações e parceria para ver a questão da esterilização das máscaras. Não temos certeza da eficácia plena da usabilidade e aplicabilidade, mas a proteção, mesmo que não seja 100%, é melhor que nada”, afirmou Pablo Garcia.
E pensando na coletividade defendeu: “Dessa forma, diminuímos a possibilidade de os agentes penitenciários eventualmente contaminarem os presos, e também é uma forma de se protegerem”. A juíza complementou: “Os presos já estão confinados, em isolamento. O risco maior é de os agentes transmitirem o vírus. A questão é proteger a todos”.
A solidariedade veio do dono de uma confecção na cidade. Com o negócio parado, sensibilizou-se com a causa e emprestou uma de suas máquinas. Então foi preciso o conhecimento em costura naquele modelo específico de máquina para o início da confecção.
E o conhecimento veio de um preso, que trabalhava com a mãe e usava exatamente a mesma máquina. “Ele precisou de um tempo para se adaptar novamente e poder ensinar aos outros”, disse o diretor.
A juíza e o diretor estão abertos a orientações dos profissionais
de saúde para melhor desenvolverem o projeto. O diretor acredita que, caso seja
necessário esterilizar as peças em autoclave, ele poderá conseguir apoio de uma
unidade de saúde local. E finalizou: “Acredito que possamos avançar”.
Fonte: Assessoria de
Comunicação Institucional — Ascom – TJMG – Unidade -Fórum Lafayette – (31)
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