Com a colheita, sacas de café são os alvos preferidos dos bandidos. Polícias Militar e Civil têm trabalhado para identificar e prender suspeitos
Por: Ralph Diniz
Uma sequência de crimes tem assustado moradores da zona rural de São Sebastião do Paraíso e cidades vizinhas. Nos últimos meses, uma onda de roubos tem deixado em alerta os populares dessas áreas, cujos invasores, após renderem os moradores, roubam dinheiro, bens, veículos e máquinas agrícolas. Além disso, o momento de colheita tem tornado as sacas de café alvos preferenciais desses criminosos. Não raro, esses assaltantes agem com violência, chegando a agredir suas vítimas, além de amarrá-las e trancá-las em quartos.
Recentemente, foram registrados alguns desses episódios. Em 27 de junho, uma fazenda situada em São Tomás de Aquino foi alvo de criminosos. Homens encapuzados e armados invadiram a propriedade pelos fundos, renderam os moradores e começaram a buscar por sacas de café. Surpresos por não encontrarem o produto, decidiram levar ferramentas e uma moto Honda NXR150 Bros.
Na mesma semana, uma Chevrolet Spin foi furtada de uma propriedade em Termópolis. Já no início de julho, cinco assaltantes invadiram uma fazenda em São Sebastião do Paraíso, renderam o proprietário e mais duas pessoas, amarraram-nas e as trancaram em cômodos diferentes da sede. Foram roubados celulares, pertences diversos e um veículo.
Apesar dos esforços das autoridades, a prisão dos criminosos nem sempre acontece. O delegado Leandro Zucoloto, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Rurais da 4ª Regional de Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso, informa que todos os crimes contra patrimônio na zona rural são alvo de inquéritos e estão em investigação. “Inclusive, já tivemos a prisão de dois assaltantes na cidade de Batatais (SP)”, relata.
Zucoloto ressalta que os crimes na zona rural são frequentes, mas que os furtos e roubos contra cafeicultores têm aumentado nos últimos meses devido à colheita da safra. “Os ladrões invadem as propriedades e rendem os agricultores para levar as sacas de café”, diz o delegado, que também destaca que não apenas cafeicultores são vítimas desses criminosos. “É comum que invadam outros sítios, chácaras e fazendas para furtar objetos, maquinários e até fiação elétrica das propriedades”, conclui.
O 43º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Paraíso reconhece que a região enfrenta um aumento preocupante na criminalidade durante o período de colheita de café e que, por isso, tem intensificado seus esforços, implementando diversas ações preventivas e repressivas.
Conforme explica a Assessoria de Comunicação Organizacional do BPM, os criminosos almejam obter lucros consideráveis nessa época do ano, motivados pelo valor agregado da saca de café. Para enfrentar esse desafio, a polícia diz adotar uma abordagem estratégica baseada em dados estatísticos, realizando ações pontuais com o intuito de prevenir delitos na zona rural e estabelecer uma relação mais próxima com os agricultores. “A nossa meta é promover a participação da população rural na segurança pública, visando manter um ambiente seguro para residência e trabalho nessas áreas.
Segundo dados apresentados pelo BPM, o trabalho tem apresentado resultados positivos. No primeiro semestre de 2023, foi registrada uma queda significativa de 18,8% nos crimes contra o patrimônio em Paraíso, que incluem ocorrências de roubo e furto, em comparação com o mesmo período de 2022. “Esse desempenho representa o melhor resultado dos últimos 11 anos, destacando os esforços para aumentar a segurança na região rural”, completa a assessoria. Também segundo as informações prestadas ao Jornal do Sudoeste, o 43º BPM realizou 146 operações na zona rural, com uma equipe dedicada