Brazilians, we got a plan. No final de semana, foi apresentado ao STF o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19. É por meio deste documento que fica definida a estratégia, o cronograma e como o governo pretende imunizar a população. Por isso, aqui está tudo que você precisa saber sobre ele.
PS: Essa matéria vai ficar um pouco maior do que o normal… Já avisando.
Antes de mais nada, é importante lembrar que atualmente todas as vacinas no Brasil encontram-se em estudos de fase 3, ou seja, oficialmente, não há ainda uma vacina registrada e licenciada pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) no país.
O objetivo principal é a vacinação de pelo menos 70% da população — aproximadamente 148 milhões de pessoas — porém, segundo o plano enviado ao STF, até o momento, o Brasil possui apenas 300 milhões de doses de vacinas já garantidas.
- 100,4 milhões de doses até julho e mais 30 milhões no segundo semestre pela parceria Fiocruz/AstraZeneca;
- 42,5 milhões de doses por meio da Covax Facility;
- 70 milhões de doses (ainda em negociação) pela Pfizer — a mesma dos Estados Unidos e Reino Unido.
Grupos prioritários primeiro
O documento prevê a disponibilização de 108,3 milhões de doses iniciais para mais de 50 milhões de pessoas de grupos de risco, na seguinte ordem:
- Trabalhadores de saúde, idosos acima de 75 anos e indígenas;
- Pessoas acima de 60 anos;
- Pessoas com comorbidades;
- Professores do nível básico a superior, forças de segurança e funcionários do sistema prisional.
Para os mais jovens, é provável que só chegue no segundo semestre… Só depois da vacinação dos grupos de risco é que a população em geral começará a ser vacinada. A estimativa é que a vacinação das quatro categorias do grupo prioritário tome todo o primeiro semestre de 2021.
- Duas curiosidades: (i) O plano não recomenda a aplicação em menores de 18 anos, grávidas e alérgicos; (ii) Quem já teve a COVID-19 pode tomar a vacina.
O que não há no plano? Data de início específica. O documento foi enviado ao STF sem uma data inicial para início das vacinações e, ontem, o Ministro Ricardo Lewandowski deu 48 horas para Pazuello informar a data de início e de término do plano, incluindo a previsão de duração de cada uma das fases do planejamento.
- O argumento do Ministério da Saúde é que como ainda não existe uma vacina liberada pela Anvisa, não é possível definir com precisão uma data específica para início. É como no famoso ditado: não adianta querer passar o carro na frente dos bois…
Por último e não menos importante…
O Ministério da Saúde garante que governo disponibilizará crédito extraordinário, ou seja, uma verba específica para “aquisição de toda e qualquer vacina que adquira registro de forma emergencial ou regular e apresente eficácia e segurança para a população brasileira”.
- Isso é o mesmo que dizer que o governo não medirá esforços para vacinar a parcela mínima da população (70%) e que até mesmo a Coronavac — envolvida na polêmica entre João Dória e Bolsonaro — poderá ser adquirida e utilizada em escala nacional e não só em SP.
Aos que desejam se aprofundar, aqui está o documento na íntegra. Ontem, o país registrou 21.825 casos e 279 mortes.
Fonte: the news 📬
(Imagem: O Globo | Reprodução)