O caminho da liberdade espiritual

🕊️ O caminho da liberdade espiritual Em artigo profundo, Paiva Netto reflete sobre o verdadeiro sentido da liberdade e da transformação interior. Inspirado na parábola “O dragão de São Jorge”, de Malba Tahan, o autor mostra que a maior batalha é a que travamos dentro de nós mesmos vencendo o egoísmo e o erro pelo amor e pela fé. Com referências a Confúcio, Descartes e o Evangelho, Paiva Netto convida à união entre razão e coração, destacando que só o Amor Divino liberta plenamente o ser humano. #PaivaNetto #Espiritualidade #Reflexao #Fe #Autoconhecimento #AmorDivino #LiberdadeEspiritual #Sabedoria #Religiao #FeCrista

6
0
COMPARTILHAR

Paiva Netto

Imagem ilustrativa

Sobre o amplo sentido do versículo 19 do capítulo 2 do Apocalipse de Jesus, no qual o Divino Mestre demonstra valer-se dos Seus olhos como chama de fogo para realmente ver quem nós somos na intimidade, em Jesus e as Sete Igrejas da Ásia – Tiatira, a Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, transcreveu, por oportuno, meus comentários durante um programa radiofônico da série “Lições de Vida”, de 11 de novembro de 1987 (quarta-feira). Nele, apresentei um texto do livro Lendas do Céu e da Terra, de autoria de Malba Tahan, intitulado “O dragão de São Jorge” e fiz uma importante reflexão sobre o processo de melhoria individual — exaltado pelo Mestre aos Seus seguidores em Tiatira — para alcançarmos a pureza de coração das crianças:

O dragão de São Jorge

Malba Tahan

Havia na velha igreja de Santo Afonso, em Madri, um grandioso quadro em que São Jorge guerreiro, com suas armas de combate, matava um enorme dragão. Observava-se, porém, uma particularidade espantosa: o dragão tinha o mesmo rosto de São Jorge! O observador percebia, claramente, que o quadro, afinal, representava o glorioso santo vencendo-se a si mesmo. A inspiração do artista quis retratar o coração de um homem transformado pela misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo, vencendo o velho coração que vivera no erro, na ignomínia, escravizado pelo pecado [ou ignorância, como quiserem dizer; o desaparecimento do homem velho dando lugar ao nascimento do homem novo, liberto pelo Amor do Novo Mandamento do Cristo — “Amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho, segundo João, 13:34) — e pelo conhecimento da Verdade Divina — “Conhecereis a Verdade [de Deus], e a Verdade [de Deus] vos libertará” (Boa Nova, segundo João, 8:32)].

O dragão ali figurava como símbolo e representava o velho coração de Jorge antes da conversão ao cristianismo — coração cheio de vícios, de egoísmo, de ignorância e de vaidade; a figura de São Jorge, ao lado do dragão, em atitude vitoriosa, mostra-nos o coração regenerado, que, iluminado pelo poder de Jesus, pôde vencer e matar o dragão do erro.

Convém ponderar que outro erro ou engano em que ainda incorremos é o de pensar que todo tempo empregado em combater a tentação é tempo perdido. As horas passam e parece-nos que nenhum progresso fazemos, de tal forma nos vemos bloqueados por tentações. Mas sucede, muitas vezes, que justamente nestas horas temos, de fato, servido a Deus muito melhor do que nos momentos de relativa calma, em que nos julgamos isentos de pecado. Porque, quando lutamos contra a tentação, é que combatemos as batalhas do Senhor. E horas tais valem para nós, muitas vezes, por dias inteiros.

Eis aí a lição do ilustre matemático e escritor brasileiro Júlio César de Mello e Souza (1895-1974), cujo pseudônimo era Malba Tahan. É bom ter isso em mente quando toda a humanidade se aproxima do momento da quitação dos seus erros antigos, milenares. Não estamos aqui tentando apavorar ninguém. É aquela história: Quem semeia ventos colhe tempestades, ora!

Não querem ser livres, fazer o que bem entender?! Ótimo! Mas liberdade depreende responsabilidade também. No livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), encontra-se este meu pensamento: Ser livre é mais difícil do que ser escravo… Por isso, tantos preferem se acomodar… Têm medo de pensar… E muita gente que pensa, não pensa…

Lembro-me do velho Descartes (1596-1650), que concluiu: “Cogito, ergo sum” (Penso, logo existo.)

Mas o próprio filósofo francês poderia ter refletido melhor para que o seu cogito não abanasse a chama do materialismo, tão firmado apenas no pensamento chamado “racional”. Então, mesmo sendo indispensável, só a razão não basta. Já afirmara Confúcio (551-479 a.C.) que tudo na vida é reciprocidade, como encontramos neste diálogo dele com seus seguidores, registrado nos Analectos, Livro 4, capítulo 15: “Confúcio disse: ‘Shen (Zengzi), minha doutrina está toda entrelaçada por um único fio condutor’. Zengzi respondeu: ‘De fato’. Depois que Confúcio partiu, os outros discípulos perguntaram: ‘O que ele quis dizer?’ Zengzi respondeu: ‘A doutrina do Mestre se baseia na lealdade e na reciprocidade; é isso’”.

Sempre menciono o ditado popular de que toda moeda tem duas faces. Aliás, costumo dizer a meus assistentes que ela, na verdade, possui vários lados. Ao seu pensamento, Descartes esqueceu de somar o coração. Teria ele de completar: “Amo e penso, logo existo”.

Estamos falando do Amor de Deus e não daquele comumente confundido com acesso livre a infecções sexualmente transmissíveis. O Amor Divino cria e eleva os mundos e os seres que habitam neles. É a única força capaz de redimir o ser humano.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

#PaivaNetto #Espiritualidade #Reflexao #Fe #Autoconhecimento #AmorDivino #LiberdadeEspiritual #Sabedoria #Religiao #FeCrista

Liberdade espiritual verdadeira

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Campo obrigatório