Local está sendo chamado de “curva da morte” devido aos acidentes registrados nos últimos meses.
Motoristas pedem melhorias no trecho da BR-146, entre Guaxupé e São Pedro da União (MG). O motivo é a quantidade de acidentes que aconteceram nos últimos meses no local, que está sendo chamado de “curva da morte”.
Na última quarta-feira, um caminhão carregado com mamão capotou no local. Mesmo ferido, o motorista Kesley Jonas Silva Santos ajuda a recuperar a carga que caiu na pista.
“Eu vim devagar alí e de repente o caminhão o caminhão deslanchou de uma vez. Avistei o buraco, avistei o paredão alí e quando foi na curva ele começou a tombar. De repente ele tombou e foi parar lá embaixo. Foi a hora que a gente tentou sair do caminhão, mas ele deu mais um tombo lá embaixo e parou. Foi a hora que eu conseguir sair. Essa curva aí, se não der jeito, vai morrer muita gente”, contou Kesley.
Dez dias atrás, um caminhoneiro e um motociclista morreram no trecho. O motorista do caminhão perdeu o controle e tombou em cima da moto. Em maio, outro caminhoneiro perdeu a vida após tombar na curva e ficar preso às ferragens.
Poucos metros da curva tem uma placa indicando que é preciso reduzir a velocidade e que há um radar de 60 km/h. Porém, para os motoristas, a sinalização deveria estar muito antes da curva.
“Antes de iniciar a descida, é necessário fazer os sonorizadores, fazer quebra-molas em sequência e fazer um radar de 30 ou 40 km/h, obrigando o motorista a utilizar o freio antes de iniciar a descida, pq depois que inicia a descida é muito comprida e lá embaixo tem curva. Aí o cara não consegue mais ajeitar o lado , não consegue mais melhorar o caminhão para poder fazer a curva lá embaixo”, disse o motorista Laércio de Pádua Ribeiro.
À pedido da EPTV, afiliada Globo, um especialista em trânsito analisou imagens do trecho. Segundo ele, algumas medidas podem aumentar a segurança no local.
“Existem dispositivos e desenhos que a gente utiliza em pontos críticos, que é uma faixa de aproximação do local de risco, que dá uma sensação de que o veículo mesmo sendo frenado não está parando. São as faixas com distâncias diferentes uma da outra. À medida que você vai chegando no ponto, você vai diminuindo a distância entre elas e isso dá a sensação de que o carro não está diminuindo a velocidade, mas está sim e ajuda bastante o motorista”, afirmou Paulo Magno Resende, consultor de trânsito.
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, responsável pelo trecho, disse que o local possui sinalização e em 2020 instalou o radar que ajudou a diminuir o número de acidentes. O DNIT informou que continua estudando melhorias técnicas que possam evitar acidentes.
Extraído do g1 Sul de Minas EPTV