As redes sociais tornaram-se território fértil para estelionatários, como um morador de São Sebastião do Paraíso descobriu na última semana, depois de ser seduzido por uma proposta em uma plataforma online e perder R$ 1 mil para um falso vendedor de automóveis. Segundo a Polícia Civil, o caso é mais um entre uma série de golpes que têm assolado a cidade.
O golpe começou quando a vítima, de 35 anos, manifestou interesse na compra de um veículo e, em sua busca, foi atraído por uma proposta tentadora em uma rede social. Na sequência da negociação, o suposto vendedor solicitou um “sinal” – um adiantamento em dinheiro – como garantia de que o comprador ficaria com o veículo. O morador, confiante na autenticidade do negócio, realizou o depósito do valor solicitado.
Contudo, após efetuar o pagamento, o motorista descobriu o lado nefasto da negociação. Ele perdeu contato com o vendedor, que se revelou um estelionatário, sumindo com o dinheiro enviado. A vítima procurou a polícia e registrou o crime. Até o momento, o autor do golpe não foi encontrado.
E o número de golpes como esse têm crescido no município. De acordo com Roney Vilaça, investigador da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso, os crimes são frequentes, sendo que, em média, um boletim de ocorrência de estelionato é registrado por dia na delegacia de fraudes.
Quando questionado sobre os tipos de golpe mais comuns atualmente, Vilaça explica: “Golpes envolvendo anúncios, sejam eles de venda de veículos, objetos ou até de aluguel de imóveis, são recorrentes. Ainda, temos casos de clonagem de perfis de redes sociais como WhatsApp e Instagram e o famigerado “golpe da novinha””. Este último refere-se a uma tática onde golpistas se passam por jovens atraentes na internet, geralmente em plataformas de relacionamento, com a intenção de extorquir dinheiro das vítimas. O investigador aponta um denominador comum entre essas práticas criminosas: “O que se tem em comum entre todos eles é a forma de pagamento via pix, que permite movimentação financeira imediata”, comenta.
Mesmo com o crescente número de relatos, nem todos os casos vêm à tona. Vilaça assegura que “nem todos os casos são registrados, mas todos registrados são investigados.” Ele reconhece que, dada a natureza desses crimes, nem sempre é fácil identificar os autores. “Em alguns casos, as informações são bastante vagas e não permitem identificação. Contudo, a Polícia Civil tem unidades especializadas em combate a crimes cibernéticos e realiza diversas operações de prisão de autores”.
Sobre as ações da Polícia Civil, o investigador revela que neste ano, cinco pessoas foram presas em São Sebastião do Paraíso por crimes de estelionato. Além disso, há uma investigação em andamento que já identificou uma organização criminosa especializada em aplicação de golpes. “Em breve, mais prisões devem ser realizadas”, garante.
Diante do cenário, Vilaça deixa algumas dicas para a comunidade: “Desconfie de anúncios muito abaixo do preço de mercado. Desconfie de negócios onde pessoas se apresentam como intermediários. Não faça pagamentos a terceiros sem ter certeza da idoneidade da pessoa ou da empresa. Se necessário, faça uma chamada de vídeo, busque informações, peça ajuda de algum conhecido que tenha desenvoltura com internet. Se estiver em dúvida, prefira perder o negócio a perder seu dinheiro”, conclui.
Extraído do Jornal do Sudoeste