Por Fabio BISPO

Duzentos e cinco anos. Monte Santo de Minas chegou até aqui com a calma de quem sabe que o tempo é aliado de quem cultiva raiz. E não é qualquer raiz. É raiz funda, dessas que atravessam o chão vermelho, escutam o som da enxada, sentem o cheiro de pão de queijo no forno e ainda encontram tempo pra bater um bom dedo de prosa na calçada.
Não tem como contar a história dessa cidade sem falar de gente. Gente que acorda cedo, que reza, que planta, que vende na feira, que ensina na escola, que puxa violão nas festas e que chora no portão em dia de saudade. Monte Santo é feita disso: uma colcha de retalhos costurada por gerações que aprenderam a transformar trabalho em beleza.
É fácil olhar pra cidade e ver só os números. Crescimento, economia, investimentos, estrutura. Tudo isso é real, sim. Mas o que me pega é o invisível: o cheiro da chuva no paralelepípedo quente, o som da igreja no meio da tarde, a criançada correndo na praça com picolé escorrendo nos dedos, o nome das ruas ditos com sotaque.
Monte Santo faz 205 anos. E o que isso quer dizer? Que a cidade sobreviveu a muita coisa. Que soube manter o que importa. Que sabe misturar passado com presente sem perder o fio da história. Que ainda dá tempo de ser simples, mesmo quando o mundo insiste em complicar.
Hoje não é só um aniversário. É uma lembrança viva de tudo o que fomos, de tudo o que somos e de tudo o que ainda dá pra ser. Parabéns, Monte Santo. Que venham mais duzentos e cinco — e que a gente siga de mãos dadas, essa cidade que meu pai escolheu para viver e morrer.

Por Fabio BISPO, um cronista de raízes.
#MonteSantodeMinas205Anos #OrgulhoDeSerMonteSantense #NossaCidadeNossaHistória #JFPNoticias #MonteSantodeMinas #Noticias #CrônicaAfetiva #TradiçãoMineira #CulturaRegional #IdentidadeDoInterior
Aniversário Monte Santo de Minas






