Integração do Cadastro Único à PNAD Contínua vai aprimorar informações sobre a pobreza no Brasil e subsidiar governo federal para desenvolver políticas públicas de grande impacto
Uma
parceria firmada nesta quinta-feira (29), em Brasília, entre o Ministério da
Cidadania e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai
ampliar o banco de dados com informações sobre a situação das famílias de baixa
renda no País e tornar mais eficaz a identificação de suas demandas. O Cadastro
Único (CadÚnico), coordenado pelo Ministério da Cidadania, será integrado à
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada
pelo IBGE. Desta forma, o governo federal poderá desenhar políticas públicas
mais específicas e assertivas voltadas à população em situação de
vulnerabilidade social.
O CadÚnico reúne informações de mais de 76 milhões de brasileiros de baixa
renda, tais como características da residência, identificação de cada pessoa da
família, escolaridade e situação de trabalho e renda. A PNAD Contínua produz
indicadores trimestrais que apontam as flutuações e a evolução, no curto, médio
e longo prazos, da força de trabalho, e outras informações necessárias para o
estudo do desenvolvimento socioeconômico do País, como educação, acesso à
televisão e à internet, posse de telefone celular, se realiza trabalho
voluntário ou se há trabalhadores jovens e crianças.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, afirma que a integração entre dois dos
maiores bancos de dados do País permitirá uma visão ampla sobre a população
vulnerável, gerando subsídios para que o governo federal elabore e implemente
políticas que atendam esse público de maneira mais efetiva. “Vamos criar o
maior banco de dados da história do Brasil sobre pessoas em situação de
vulnerabilidade social. Nossos dados são atualizados diariamente por dezenas de
miliares de assistentes sociais em todo o Brasil, e essa parceria com o IBGE
vai formar um quadro gigante, e muito próximo da realidade, sobre a situação
social do Brasil e como podemos agir com maior impacto”, comentou.
Panorama completo – A presidente do IBGE, Susana Guerra, destacou que o
trabalho em conjunto com o Ministério da Cidadania permite a criação de uma
rede ampla de dados, capaz de desenhar um panorama completo sobre a situação da
pobreza no Brasil. “A integração com os dados do Ministério é fundamental
para o acesso a informações cada vez mais precisas e transparentes. A ideia é
que o IBGE seja um facilitador dessa rede de dados, facilitando o acesso a
eles. Todas essas informações serão uma ferramenta para enxergarmos melhor a
realidade do País”, afirmou.
O secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério da Cidadania,
Vinicius Botelho, ressalta que a parceria entre os órgãos representa um salto
na condução de pesquisas relacionadas à população de baixa renda no Brasil.
“Por meio dessa parceria, fomentaremos a disponibilização de dados de
beneficiários de programas sociais nas pesquisas do IBGE. Os pesquisadores
terão acesso a um panorama de educação, rendimento, condições de domicílios.
Por meio desses dados, será possível fomentar a agenda de pesquisas sociais no
Brasil”, contou.
Segundo Botelho, o cruzamento das
informações do CadÚnico com a PNAD Contínua dará maior visibilidade para as
famílias beneficiárias de programas sociais. “Essa troca de informação
permitirá que a PNAD Contínua identifique esse grupo, e, dessa forma, tenha uma
coleta de dados muito mais precisa e profunda sobre os impactos que os
programas estão tendo nesses grupos”, conta. A inscrição no cadastro é
condicionante para a participação em programas sociais, como Bolsa Família, da
Tarifa Social de Energia Elétrica, Criança Feliz e Progredir.
Também participaram da cerimônia de assinatura do documento técnicos do IBGE e
os diretores de Gestão da Informação, Davi Lopes; de Monitoramento, Caio
Nakashima; de Avaliação, Ronaldo Souza; e o Diretor do Cadastro Único, Walter
Emura.
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