Em Diamantina, o ex-prefeito de BH lamentou os sucessivos cortes de orçamento e as perseguições políticas nas instituições de ensino superior
O candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil (PSD), fez na noite desta sexta-feira (12/08), na cidade de Diamantina, uma defesa do fortalecimento das universidades públicas no país, como instrumento de desenvolvimento, conhecimento e oportunidades. Ele lamentou o tratamento que tem sido dado ao ensino superior no Brasil e em Minas Gerais.
“Eu vou mostrar como se trata a universidade: com parceria, diálogo e valorização do trabalho que se realiza ali. A universidade representa uma chance de um futuro melhor para muita gente, mas vai muito além, porque as pesquisas e os estudos dentro de uma universidade são importantes para toda sociedade”.
Kalil lembrou que, quando era prefeito de Belo Horizonte, foi procurado pela reitora Sandra Goulart, da UFMG, que lhe disse que as pesquisas de vacinas contra Covid-19 iriam parar por falta de recursos, e que tanto o governo federal quanto o estadual já haviam negado investimentos no trabalho da instituição.
“Eu chamei o secretário de Fazenda e disse que a gente precisava de um convênio. Ele respondeu que a gente não tinha nada com a UFMG, e eu disse que tínhamos sim. Ela está dentro de Belo Horizonte e não vai parar a pesquisa da vacina”. Em poucos dias, foi assinado um termo de cooperação entre a PBH e a UFMG para a liberação do recurso.
Contingenciamento
Somente neste ano de 2022, os cortes no orçamento das universidades federais superam R$400 milhões e muitas delas podem ter que paralisar suas atividades. Assim como o presidente Bolsonaro, o governador Romeu Zema também tem promovido em Minas Gerais o sucateamento das universidades estaduais.
Critérios políticos
Durante encontro com lideranças em Diamantina, Kalil falou de outra grave situação que vem ocorrendo dentro das universidades brasileiras, com a nomeação de reitores, seguindo critérios políticos.
Ele citou como exemplo o caso do reitor Gilciano Saraiva Nogueira, o mais votado pela comunidade acadêmica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em 2019. Bolsonaro, no entanto, escolheu o terceiro nome da lista tríplice, acabando com a tradição de respeito à vontade da maioria.
Gilciano participou do encontro em Diamantina, e Kalil lembrou a ele que situações como essa não ocorrerão mais a partir do ano que vem.
“O Gilciano foi cruelmente tirado, e isso é um retrato do Brasil hoje. Mas eu tenho certeza de que no dia 2 (de janeiro) o senhor vai retornar para o lugar que é seu de direito, pelo voto”.
O plano de governo de Kalil prevê ações de fortalecimento das universidades estaduais – UEMG, Unimontes – , e a integração delas nas políticas públicas do estado e nas parcerias com as prefeituras.
Foto: Rodrigo Lima / Divulgação PSD