Campanha do governador pediu direito de resposta, mas TRE entendeu que críticas à administração pública são saudáveis para o debate democrático
A Justiça Eleitoral negou o pedido de direito de resposta da campanha do governador Romeu Zema (Novo) a respeito de um vídeo divulgado pelo candidato Alexandre Kalil (PSD), em que é questionado o valor ínfimo do Piso de Assistência Social pago pelo Governo de Minas. Uma liminar já tinha negado o direito de resposta e agora nova decisão confirma o teor da liminar e nega também o pedido para que o vídeo seja retirado das redes sociais.
O juiz eleitoral Marcelo da Cruz Trigueiro entendeu que não há no vídeo “elementos que extravasem o debate político-eleitoral e o direito à crítica inerente ao processo eleitoral”, e que não há fato inverídico ou descontextualizado que pretenda manipular o eleitor.
Em sua decisão, o juiz cita ainda que as críticas à administração governamental e à atuação dos homens públicos são salutares para a vida democrática. “Por conseguinte, nas disputas eleitorais as manifestações nem sempre são agradáveis aos candidatos, os quais se dispõem, ao lançar suas candidaturas, e devem estar cientes de que receberão críticas inerentes ao jogo democrático.
No vídeo questionado pela campanha de Zema, Alexandre Kalil simplesmente faz uma conta com números divulgados pelo próprio governo de Minas. O governador anunciou, em abril deste ano, que o repasse para a assistência social saiu de R$ 54 milhões para R$ 81 milhões e cerca de 2,7 milhões de famílias serão atendidas.
“Tem crítica não, gente. É aritmética. É matemática. Divide R$ 81 milhões por 2,7 milhões de famílias, aproximadamente. Dá R$ 30 por ano, por família. Dá, aproximadamente, R$ 2,50 por mês, por família. Gente, sabe como é o nome disso? Sacanagem!”, afirma Kalil no vídeo.
Foto: João Castilho JAO 9247