Joselia Aguiar, Laura Vinci e Roberta Estrela D’Alva têm iniciativas importantes para colaborar com a sociedade
Iniciativas que promovem expressões e movimentos artísticos merecem ser reconhecidas e preservadas. Seja por meio da literatura, da música ou das artes plásticas. Laura Vinci, Roberta Estrela D’Alva e Joselia Aguiar, finalistas do Prêmio CLAUDIA 2018, se destacam por serem responsáveis por iniciativas que contribuem para o desenvolvimento cultural do país.
A jornalista e historiadora Joselia Aguiar, 40 anos, foi responsável por mudar o cenário da representatividade feminina na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Antes as mulheres representavam cerca de 30% das palestrantes e, desde o ano passado, quando Joselia assumiu a curadoria do evento, elas ganharam espaço e representam 50% dos participantes. Este ano, as escritoras somaram 17; os escritores, 16. A jornalista também levou a Paraty autoras e autores negros, historicamente excluídos. “O Brasil não dá oportunidade às pessoas negras de fazer uma carreira intelectual. As raras que conseguem ficam de fora dos grandes eventos”, afirma. Joselia ainda incluiu outros tipos de arte, como apresentações teatrais, intervenções poéticas e música.
Já a artista plástica Laura Vinci, 56 anos, é consagrada por suas instalações interativas e pelo uso de materiais como ferro, minerais e vidro. Em 1998, Laura foi convidada a participar do projeto Arte/Cidade, de intervenções urbanas. A proposta era criar algo que conversasse com a arquitetura de uma fábrica desativada em São Paulo. Ela instalou 50 toneladas de areia no andar superior e fez um furo no piso. Por ali, os grãos escorreram durante o tempo exato que durou a mostra, formando uma ampulheta gigante. Para ter a experiência da obra como um todo, o visitante precisava se movimentar pelo espaço. “A relação entre a obra e o espectador é central na minha arte”, diz a paulistana.
Inspirada em eventos americanos, a atriz-MC Roberta Estrela D’Alva, 40 anos, criou o primeiro slam brasileiro – batalhas de poesia semelhantes a saraus, porém competitivas. A ideia é que os participantes declamem textos autorais com, no máximo, três minutos de duração sem acompanhamento musical e um júri popular escolhe as melhores apresentações. Essas batalhas tem grande participação feminina, principalmente de jovens da periferia. “O slam é um exercício de escuta, algo muito importante hoje, já que vivemos imersos no mundo virtual. E as mulheres estão dominando a cena”, diz ela, que também é apresentadora do programa ‘Manos e Minas’, da TV Cultura.
Fonte: claudia.abril.com.br