Diante das incertezas climáticas, prática mantém fornecimento ideal de água e traz diversos benefícios à cafeicultura
Por Redação
O déficit hídrico é um dos fatores de maior impacto na cafeicultura. Diante das incertezas climáticas, o uso da irrigação no cafeeiro tem se tornado uma alternativa bastante interessante. Assim, ao manter o fornecimento de água ideal, a planta aumenta a eficiência do seu processo de fotossíntese. Que é, portanto, sua maior fonte de biomassa.
Além disso, o uso de irrigação pode induzir floradas mais homogêneas. Nesse sentido, gerando maior produtividade, grãos de maior peneira, maturação mais uniforme. E, consequentemente, uma maior qualidade da bebida.
Para orientar seus cooperados, a Cooxupé preparou um vídeo especial sobre a técnica em que mostra seus benefícios para a cafeicultura.
Irrigação no cafeeiro
De acordo com o engenheiro agrônomo Eder de Oliveira (Vitinho), do Departamento Técnico da Cooxupé, trabalhos de pesquisa indicam que o clima é o grande vilão da perda de produtividade. E, ainda, o estresse hídrico e a falta d’água são os fatores mais importantes para a perda de produção no cafeeiro.
“Tem dois tipos de manejo de irrigação. A primeira é a irrigação de salvamento, que faz no período mais crítico, onde não pode faltar água para a planta. Principalmente no período de floração. E tem a irrigação completa, onde a gente consegue ter ganhos significativos de produtividade e consegue fazer com que a planta fique em um estado de excelência, sem estresse hídrico. Ou seja, ela acaba crescendo mais e trazendo mais produtividade para o próximo ano”, resume.
Produtividade
Ademais, o engenheiro detalha que pesquisas mostram que a irrigação traz um incremento de até 37% de produtividade, quando comparado ao sequeiro. A princípio, o projeto se paga em curto prazo.
Entretanto, ele destaca que é importante ter um projeto bem dimensionado. “O projeto de irrigação deve levar em consideração as características climáticas da região e a quantidade de água disponível na propriedade. De antemão, para ver a necessidade ou não de um reservatório. E, para isso, é necessário que o produtor procure um profissional gabaritado, com experiência para fazer o projeto que leve água na quantidade e na qualidade necessária para a planta”, ressalta.
Diferença
Desde já, o produtor de café e cooperado da Cooxupé em Monte Santo de Minas (MG), Amarildo José de Araújo, conta que a irrigação traz uma nítida diferença para sua produção.
“Posso resumir em duas palavras, o antes e o depois. Tenho as lavouras irrigadas e não irrigadas e é nítida a diferença. É um passo muito grande que a gente deu e tudo que é novo assusta. Mas pesquisamos, descobrimos que um projeto maior seria mais interessante na parte tecnológica de irrigação e a gente não pode reclamar de forma alguma do resultado”, comenta.
Ainda assim, o cafeicultor explica que passou por anos muito difíceis antes de usar a técnica, pois o clima anda muito incerto. “Na nossa área, a produção era boa, de cerca de 35 sacas no sequeiro. Com a irrigação, estamos fechando com 55 sacas e temos uma projeção muito boa para o ano que vem. Já algumas áreas vizinhas produziram cerca de 10 sacas. Os números mostram a realidade”, define Amarildo.
Parceria
Acima de tudo, a Cooxupé firmou uma parceria com a empresa Netafim, especialista em irrigação. Agora, o produtor cooperado pode obter seu sistema de irrigação com melhores condições comerciais através da cooperativa.
“A Cooxupé oferece algumas condições comerciais para o cooperado adquirir o seu sistema de irrigação. Ele pode comprar no financeiro ou pode comprar em troca em café. No caso da troca em café, o produtor pode pagar em até cinco safras. Dessa forma, a segurança que tem em aumento de produtividade, ele paga suas parcelas em duas ou três safras, como a gente já viu”, explica Rafael Gonzaga, especialista agronômico da Netafim.
Para conhecer mais sobre a irrigação no cafeeiro, confira o vídeo do Cooxupé em Foco.
Extraído do hub do café