Em Turim, na Itália, Grupo Asja confirmou que vai construir uma planta de alta tecnologia em Sabará; Produto gerado – biometano – auxilia no objetivo de descarbonização da economia no estado
A comitiva do Governo de Minas em missão na
Itália garantiu a atração de mais um importante investimento para o
estado. Nesta terça-feira (12/9), a empresa de energia Asja anunciou aporte de
R$ 152 milhões para a construção de uma planta de alta tecnologia em
Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), para transformar
resíduos urbanos em biometano.
Com o investimento, a produção prevista é de 80.000 metros cúbicos diários do
ptofuyo, além da geração de 24 empregos permanentes. O biometano é um gás
natural renovável, que pode ser usado em diversas aplicações, desde mobilidade
urbana até indústrias de grande porte. O produto, mais sustentável, auxilia na
descarbonização da economia no estado.
“É com imensa satisfação que recebemos a notícia de que o Grupo Asja vai
instalar uma usina de biometano em Sabará. Fomos o primeiro estado da América
Latina e do Caribe a aderir à campanha ‘Race To Zero’, para neutralizar a
emissão de gases do efeito estufa até 2050. Certamente, a usina da Asja vai
contribuir muito com esse processo, pois vai reduzir o impacto dos resíduos no
meio ambiente e ainda oferecer o gás para outras empresas, que também vão
descarbonizar suas atividades”, destacou Romeu Zema.
O presidente do Grupo Asja na Itália, Agostino Re Rebaudengo, sinalizou o
compromisso da empresa, também no Brasil, com a transição para uma economia
mais verde e sustentável.
“É admirável ver a preocupação governamental com o meio ambiente e com a
sustentabilidade através de incentivos fiscais e disciplina regulatória
favorável. Isto promove tecnologias limpas e sustentáveis, ao mesmo tempo que
fomenta o crescimento económico e a criação de emprego”, disse.
Além do governador, participaram da reunião os secretários da Casa Civil,
Marcelo Aro; de Desenvolvimento
Econômico, Fernando Passalio; o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga; e o presidente
da Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig), Reynaldo Passanezi Filho.
Ganhos ambientais
De acordo com a empresa, a planta de Biometano em Sabará fará a produção com
alta tecnologia e dentro dos padrões exigidos pela Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a partir do biogás gerado da
decomposição da fração orgânica dos resíduos sólidos do aterro, operado pelo
Grupo Vital, que é parceiro no projeto. O processo consiste no tratamento e
purificação do biogás, elevando o poder calorífico, tornando-o semelhante ao
gás natural, com a grande vantagem de ser um biocombustível altamente eficiente
e de baixo impacto ambiental.
Além disso, no mesmo local haverá dois geradores de energia movidos com o gás
produzido, com capacidade de 2.8 MW, para autoconsumo. Ao todo, a planta da
Asja contribuirá para evitar a dispersão de 415.000 tCO₂eq/ano (tonelada de dióxido de carbono
equivalente).
A planta de Biometano contribuirá, ainda, para a diversificação da matriz
energética do país, reduzindo a dependência de fontes não renováveis e
importadas de energia. Neste sentido, o biometano pode ser utilizado para fins
industriais e frota veicular, em substituição ao gás natural. Isso aumentará a
segurança energética e fortalecerá a autonomia na produção de recursos
essenciais.
“O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico, atua em políticas públicas que impulsionam o consumo do biometano em
todo o estado. Atualmente, foi publicada uma resolução que permite que este
tipo de energia seja distribuída em redes de gasodutos, além de sua
comercialização no mercado livre. Essa ação do Governo de Estado ajuda a
promover a descarbonização da economia mineira e está alinhada aos compromissos
pactuados por essa gestão em relação à economia verde. Investimentos como este
só reforçam a importância de se pensar políticas públicas que prezem pela
sustentabilidade e, é claro, o aumento da geração de emprego e renda para os
mineiros”, destacou o secretário Fernando Passalio.
Liderança em energia limpa
A usina da Asja vai contribuir para que Minas Gerais amplie a sua liderança no
país na produção de energia renovável. Segundo dados da Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o estado alcançou a marca de 99,5%
da matriz energética vindas de fontes renováveis (hidrelétrica, solar, eólica e
biomassa).
O estado é maior gerador de energia solar fotovoltaica do país, superando a
marca de 6 GW de capacidade instalada (somando as modalidades centralizada e
distribuída), e com potencial para ultrapassar os 50 GW, segundo a Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Além disso, Minas Gerais será sede da
primeira fábrica de equipamentos para a produção de hidrogênio verde.
“Minas Gerais já lidera a busca de investimentos focados na transição
energética no país. Estamos acelerando o processo de descarbonização da nossa
economia atraindo mais investimentos com baixa pegada de carbono. O projeto da
Asja será um modelo para todo o país e ajudará muito a cumprir nossos
compromissos dentro da agenda sustentável”, considerou o CEO da Invest Minas,
João Paulo Braga.
Foto: Aluísio Eduardo / Imprensa MG