Aeronave fez dois voos para trasladar equipes e órgãos doados.
Por: Nelson Duarte
Três equipes do MG Transplantes chegaram por volta das 10h00 desta quinta-feira (1/2) à Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso para retirar órgãos de um homem de 29 anos, que teve morte cerebral terça-feira, e foram doados por familiares, para serem transplantados.
Duas equipes vieram de Belo Horizonte e outra de Passos. Foram retirados o coração, fígado e o pâncreas. Por volta das 14h00 a aeronave retornou a Belo Horizonte levando o coração. Uma equipe aguardava no Aeroporto da Pampulha e transportou o órgão até o Hospital João XXIII. De lá foi levado para a Santa Casa onde seria feito o transplante. Em seguida a aeronave da Polícia Militar voou novamente para Paraíso para levar outros órgãos.
O médico Daniel Nardi, do MG Transplantes explicou que para transplante de coração “o tempo é importante, porque uma vez interrompida a circulação há o prazo de quatro horas para implantar no receptor. Para que isso dê certo, temos que contar com o trabalho de toda equipe e o apoio da Polícia Militar”, no traslado aéreo.
O capitão Nogueira, PM comandante da aeronave explicou que sua equipe foi acionada por volta das 22 horas de quarta-feira para fazer o traslado de médicos. Partimos às 08h30, e foi mais ou menos uma hora de voo.
“A maior dificuldade de transplantes em Minas Gerais é a família aceitar doar órgãos. Há mais de três mil pessoas na fila de espera por órgãos, há doadores em potencial, mas ainda existe medo de familiares em fazer doação. Há também falhas na comunicação entre equipes de hospitais e família de doadores. “Pense que órgão de seu familiar vai sobreviver no corpo de outra pessoa. Ajudem-nos a diminuir esta fila de pessoas em Minas Gerais que precisam ser transplantadas para ter vida próspera e feliz”, disse capitão Nogueira.
O superintendente da Santa Casa, Jean Marco do Patrocínio explicou que desde o ano passado a Comissão Infra Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), responsável pela triagem da captação, retomou seus trabalhos mais intensamente.
“Hoje encontramos um paciente apto à doação, que levará vida e esperança para algumas famílias. É um processo longo porque existe a parte de diagnóstico para se ter a certeza que o paciente está em morte cerebral, e o todo esse trabalho da equipe multidisciplinar com a família, para que entenda a morte cerebral e a ressignifique e faça o gesto de doar”.
O processo é sempre esse, enquanto existe a captação no hospital, pacientes receptores já estão sendo preparados em outros, para receber, tendo em vista que a janela de vida do órgão é pequena, pontuou Jean Marco.
Extraído do Jornal do Sudoeste
Foto: Nelson Duarte