Setor é o único da cafeicultura nacional a apresentar desempenho positivo no primeiro quadrimestre de 2023
Por Redação
As exportações brasileiras de café solúvel se destacam no segmento em 2023. No mês passado, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), os embarques do produto totalizaram o equivalente a 324.265 sacas de 60 kg. Apresentando, assim, crescimento de 28,7% em relação às 251.994 sacas registradas no mesmo mês do ano passado. Em receita, o avanço é de 42% na mesma comparação, com os ingressos saltando de US$ 42,3 milhões para os atuais US$ 60 milhões.
No acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil remeteu 1,239 milhão de sacas do produto ao exterior. Volume que implica, dessa forma, alta de 0,8% na comparação com as 1,229 milhão de sacas exportadas de janeiro ao fim de abril de 2022. Os embarques renderam US$ 229,3 milhões nesses quatro meses, avançando, pois, 12,3% sobre os US$ 204,1 milhões aferidos em idêntico intervalo antecedente.
Café Solúvel
Analisando os dados, o diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, aponta que o café solúvel é o único segmento que possui performance positiva, dessa forma, até o momento em 2023. Uma vez que os cafés em grão – arábica e canéfora (robusta + conilon) – e o torrado e torrado e moído acumulam declínios no acumulado do ano.
“Apesar de a guerra ter reduzido em 77% os envios do produto para a Rússia e também para a Ucrânia, as indústrias brasileiras de café solúvel ampliaram seus esforços e negócios em outras nações, com destaque para um avanço de 2.413% nos envios para o México, que importou cerca de 17 mil sacas até abril; de 998,7% para Finlândia, terceiro principal destino até agora; e de 721,2% ao Equador, que adquiriu aproximadamente 25 mil sacas”, exemplifica.
Assim, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, os Estados Unidos encabeçam o ranking dos principais parceiros comerciais do café solúvel do Brasil. A importação do país foi de 274.542 sacas, montante 16,9% superior ao registrado entre janeiro e o fim de abril do ano passado. Fechando o top 5, vêm Argentina, com 156.914 sacas (+86,4%); Finlândia, com 87.818 sacas; Japão, com 60.502 sacas (-15,8%); e Polônia, com 55.126 sacas (+11%).
Consumo interno
O consumo de café solúvel no Brasil segue em expansão e apresenta avanço de 3,9% no acumulado de janeiro a abril deste ano. No período, os brasileiros consumiram o equivalente a 296.696 sacas de 60 kg, acima das 285.478 sacas registradas nos quatro primeiros meses do ano passado, conforme os dados da Abics.
“Esse desempenho resulta de investimentos feitos pelas fábricas no Brasil em novas plantas fabris e no desenvolvimento de produtos cada vez mais voltados à qualidade, potencializando as características sensoriais e a diversidade de produtos ao consumidor final”, analisa Lima.
Conforme ele, essa evolução qualitativa e a ampliação do leque de opções se evidencia quando se observa que, em meio ao avanço do consumo interno, as importações de cafés instantâneos recuaram.
De janeiro a abril, as aquisições brasileiras do produto do exterior somam 7.107 sacas. O que representa uma redução de 29% frente às 10.015 sacas registradas no primeiro quadrimestre de 2022.
Extraído do hub do café