Resolução publicada no Diário Oficial de sábado (27/4) visa à valorização do produto, com geração de empregos e renda nas regiões produtoras
O Governo de Minas reconheceu
o requeijão moreno como um dos queijos artesanais de Minas Gerais. A resolução
foi publicada no Diário Oficial deste sábado (27/4), com os objetivos de
promover e valorizar o produto, incentivar a proteção do seu modo de fazer e a
sua produção sustentável, com geração de empregos e renda nas regiões
produtoras.
No Vale do Mucuri, por exemplo, os municípios de
Ataleia, Catuji, Franciscópolis, Frei Gaspar, Itaipé, Ladainha, Malacacheta,
Novo Oriente de Minas, Ouro Verde de Minas, Pavão, Poté, Setubinha e Teófilo
Otoni têm produção expressiva do requeijão moreno.
Nesses locais, foram identificados pelo menos 54
produtores desse tipo de queijo, conforme dados da Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Outras localidades de Minas também podem ser
demonstradas produtoras tradicionais, algo que será analisado durante os
estudos do governo para a caracterização da iguaria. Porteirinha, na região
Norte, é mais uma referência na produção.
Requeijão moreno
Durante séculos, o requeijão moreno é parte da
cultura mineira, apesar de ser esta a primeira vez que recebe o reconhecimento
adequado.
A produção permeia a história de povoação do
Vale do Mucuri e outras regiões, sendo uma prática ensinada e aprendida ao
longo das gerações, de forma a perpetuar a tradição familiar.
Ao reconhecer o requeijão moreno como queijo
artesanal de Minas Gerais, a Secretaria
de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) formaliza
a sua existência e dá um passo importante na promoção desse queijo.
Produção
O produto é elaborado a partir do leite cru
coagulado naturalmente e é obtido da fusão entre creme de leite cozido e massa
de coalhada dessorada e lavada. A sua cor varia do amarelo ao marrom, com
textura firme, sem olhaduras e de consistência homogênea.
São produzidos formatos diversos, de esférico a
retangular. A casca é fina e o sabor levemente defumado.
Reconhecimento
Em Minas, o reconhecimento de variedades de queijos
artesanais e a caracterização das regiões produtoras são prerrogativas do
Estado.
Para isso, a Secretaria de Agricultura, a
Emater-MG, a Empresa
de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e
o Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA) seguem um
protocolo de ações.
A Epamig realiza pesquisas sobre a segurança do
consumo desses produtos ou valida estudos de instituições parceiras. A
Emater-MG faz o levantamento histórico da produção para fundamentar a
caracterização das regiões produtoras, além de prestar assistência técnica aos
produtores. E o IMA publica portarias, normativas e regulamentos que abrem
portas para o mercado formal.
A Seapa participa de todo o processo, recebe
demandas, constrói notas técnicas e dá direcionamentos. Além disso, elabora
políticas públicas de valorização e promoção do queijo artesanal.
O próximo passo para a contínua valorização do
requeijão moreno é o regulamento do produto, realizado pelo IMA. Esse documento
estabelecerá normas para a produção e comercialização em queijarias e
entrepostos localizados em microrregiões definidas, caracterizadas ou não como
produtoras da iguaria.
Foto: Comercial do Queijo/Reprodução / Extraído do g1 Minas