Para que a qualidade final da bebida não seja prejudicada, produtores precisam ter cuidados específicos durante a safra
Por Redação
O mês de maio marca o início do período da colheita do café em Minas Gerais, que se estende até meados de julho e agosto. Desde já, por conta de intempéries climáticas sofridas pela cultura nos últimos dois anos, pesquisadores da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) trazem orientações aos produtores.
De acordo com eles, é necessário ter cuidados específicos que devem ser levados em consideração durante a colheita. Para que a qualidade final da bebida produzida não seja prejudicada.
Antes de mais nada, o momento que antecede a colheita dos frutos também é uma oportunidade para produtores realizarem um mapeamento da qualidade dos talhões em sua propriedade. O que favorece, pois, a produção de diferentes tipos de café de uma mesma lavoura.
Colheita do café
De antemão, a pesquisadora da Epamig Sul, Vanessa Figueiredo, lembra sobre a importância de estar atento à maturação. Porque é preciso que aproximadamente 80% da planta esteja com os frutos maduros no momento da colheita do café.
“Neste ano, os produtores poderão enfrentar algumas dificuldades, pois tivemos muitas floradas antecipadas no segundo semestre de 2022. Isso acaba gerando frutos em diferentes estágios de maturação. Por isso, o ideal é o produtor andar nas suas lavouras e verificar por qual talhão ele deve iniciar. Dando prioridade para as cultivares que tenham uma maturação mais precoce, como aquelas dos grupos Acaiá e Mundo Novo. Fazendo um escalonamento de colheita”, detalha Vanessa.
Retirada do mato
Primordialmente, a pesquisadora informa que outra ação importante é a retirada de todo o mato nas ruas do café (capina mecânica ou química), para que a lavoura fique “no limpo”.
Além disso, o produtor pode realizar a arruação. Que é a retirada do “cisco” (folhas mortas, galhos e resíduos orgânicos) que fica sob a saia do cafeeiro.
“É muito importante que a lavoura esteja extremamente limpa antes da colheita. Pois, assim, os frutos que caírem na terra não vão prejudicar a qualidade final do grão”, comenta Vanessa.
Entretanto, ela ressalta que a arruação tem seus prós e contras. “É essencial que o produtor esteja atento, pois o cisco também pode ser benigno, por acumular umidade e liberar nutrientes para o solo. Caso opte por realizá-la, deve ser uma operação mais leve, tomando cuidado para não danificar as raízes das plantas no processo”, completa.
Maquinário
Do mesmo modo, Vanessa lembra que é de suma importância que todo o maquinário usado na colheita do café esteja devidamente revisado e com a manutenção em dia. Para que o cafeicultor não tenha que lidar com nenhum imprevisto que possa atrasar o seu cronograma.
Por fim, ela atenta para a limpeza e cuidado com o terreiro – onde serão colocados os grãos para a secagem –, e com as tulhas, onde o café será armazenado.
“Ao longo do ano, muitos produtores utilizam o terreiro para atividades paralelas, como pulverização foliar e mistura de produtos químicos, o que podem contaminá-lo. Além disso, alguma parte do piso também pode ter sido quebrada ou danificada durante a transação de maquinários pesados. Então, o ideal é que o produtor faça uma boa revisão do terreiro. Para que fique em bom estado de uso e não haja interferência no produto final, garantindo a qualidade da bebida”, conclui a pesquisadora.
Por último, confira mais informações sobre a colheita do café e também assista a vídeos produzidos pelos pesquisadores da Epamig. Extraído do hub do café