Publicação também conta com receitas detalhadas. Interessados encontram o material gratuitamente no site da empresa
O
dia 20 de janeiro é considerado Dia Mundial do Queijo. Para comemorar a data,
a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas
Gerais (Emater-MG) lançou um catálogo que vai
deixar muita gente com água na boca. O material apresenta o que há de melhor do
Queijo Minas Artesanal (QMA), reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial
Brasileiro. O catálogo está disponível para consulta gratuita no site www.emater.mg.gov.br.
O documento conta com informações de 74 queijos
produzidos no estado. Para cada um deles, são descritas as características, a
região de origem, o município, além das redes sociais e contato dos produtores.
Também são informados quais queijos já foram premiados. “O catálogo é voltado
para quem quer comprar o Queijo Minas Artesanal. Pode ser um consumidor diretamente
ou um lojista, dono de um empório, por exemplo, que agora tem o contato dos
produtores deste queijo”, afirma a engenheira de alimentos do Departamento
Técnico da Emater-MG, Fernanda Faria Quadros.
Ela explica que a participação dos produtores no
catálogo partiu de um convite feito pela Emater-MG. “Foi feito um convite aos
produtores de Queijo Minas Artesanal que são atendidos pela Emater-MG, nas
diversas regiões caracterizadas no estado. Um outro pré-requisito foi que esses
produtores tivessem inspeção sanitária em suas queijarias, podendo ser de algum
órgão municipal, estadual ou federal”, diz Fernanda Quadros.
Receitas
Os queijos apresentados no catálogo são
divididos por regiões caracterizadas como produtoras de Queijo Minas Artesanal:
Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serras da
Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro. Os queijos das regiões de Diamantina e da
Entre Serras da Piedade ao Caraça, que foram recentemente reconhecidas, irão
fazer parte da próxima atualização do catálogo. Também foram incluídos dois
queijos de regiões ainda não caracterizadas.
Para quem deseja adquirir os queijos e preparar
algum prato especial, o catálogo traz receitas feitas por um chef de cozinha
convidado para cada região. A chef Joanne Ribas, por exemplo, usou o queijo
Canastra para a receita do Tutu Canastreiro. Já o queijo de Araxá é ingrediente
de uma torta de tomate preparada pelo chef Humberto Machado Junqueira Cunha. No
total, o catálogo conta com oito receitas.
Tradição secular
O Queijo Minas Artesanal é produzido no estado
desde o século 18, uma herança dos colonizadores portugueses. O modo de fazer
foi passado entre gerações, mantendo suas características peculiares. Ele
precisa ser feito a partir do leite integral de vaca fresco e cru, retirado e
beneficiado na propriedade de origem. O queijo deve apresentar consistência
firme, cor e sabor próprios, massa uniforme, isenta de corantes e conservantes.
Na fabricação, além do sal e do coalho, é
utilizado o pingo: um fermento natural extraído do soro da produção de queijo
do dia anterior.
Ações
A Emater-MG desenvolve, junto aos produtores, um
extenso trabalho para garantir as boas práticas de produção e ampliar o mercado
do Queijo Minas Artesanal. Entre as ações da empresa, estão a capacitação de
técnicos e produtores, as orientações para a regularização sanitária das
queijarias, a promoção da comercialização e a melhoria das embalagens.
A empresa também realiza concursos municipais,
regionais e estadual com o objetivo de incentivar a produção de queijos de
qualidade. Os produtores premiados obtêm maior valorização do queijo e
conquistam novos mercados.
Em novembro de 2022, a Emater também integrou
uma missão brasileira ao Marrocos para participar de um encontro da Unesco. O
objetivo foi sensibilizar as delegações presentes sobre a candidatura dos Modos
de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial de
Humanidade. Após o encontro no país africano, foi dada sequência aos trâmites
necessários para a formalização da candidatura. Uma das etapas é o
encaminhamento de um dossiê ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), que o entregará em seguida à Unesco. A avaliação final da
candidatura será feita até 2024.
Fotos: Emater-MG / Divulgação