Campanha do Governo de Minas reforça que “Vacina protege”. “Doenças que não existiam mais estão voltando, porque a gente não está vacinando nossas crianças”, alerta mineiro que teve pólio na infância
A vacinação é a forma mais eficaz e segura de
proteção contra doenças infecciosas, mas, nos últimos anos, dados do Programa
Nacional de Imunização mostram baixos índices de cobertura em todo o país. De
acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de
Minas Gerais (SES-MG), 742 municípios estão com alto risco de
reintrodução de doenças que poderiam ser evitadas com a imunização de crianças
menores de 2 anos.
Diante deste cenário, o Governo de Minas Gerais lançou uma
campanha para conscientizar a população sobre a importância da vacinação. A
estratégia de incentivo à imunização começou a ser divulgada na televisão,
rádio e internet em 27/11 e traz o depoimento de Carlos Eduardo Rodrigues Vale,
de 49 anos. Morador de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH), ele teve poliomielite aos 2 anos, época em que a vacinação contra a doença
ainda não era difundida.
“A vida continua, sem dúvida nenhuma. Acredito
que mesmo uma pessoa com sequelas pode almejar a felicidade, mas é dever dos
pais corroborar para que a felicidade seja plena, com saúde, sem situações
adversas. E a vacina é sim um dos mecanismos que faz com que essa trajetória
seja muito mais leve, sem outras complicações que possam, de repente, não só
desfazer o sonho de quem não foi vacinado, mas de um pai e uma mãe que veem o
filho nesta situação”, diz o diretor de esportes.
Meta
Prorrogada duas vezes em 2022, a campanha de
vacinação contra a poliomielite em Minas não atingiu a meta de 95% preconizada
pelo Ministério da Saúde. Durante a campanha, 881.235 mil crianças com idades
entre 1 e 4 anos foram vacinadas, o que equivale a 84,30% do público estimado,
de acordo com o Painel do Ministério da Saúde em 28/11/2022.
A vacina contra a Poliomielite faz parte do
Calendário Nacional de Vacinação, é distribuída pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) e está disponível nas unidades básicas de saúde.
A vacinação é reconhecida como uma das
intervenções de saúde pública mais bem-sucedidas. Por meio da vacinação é
possível proteger contra as doenças e suas complicações. Quando uma pessoa é
vacinada, ela não protege só a si mesma, mas protege também as pessoas próximas
e a coletividade. Por isso, é importante manter o cartão de vacinação
atualizado.
Cobertura vacinal em Minas
De acordo com o Sistema de Informações do
Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), em 2021, Minas Gerais ficou na sexta
posição no ranking nacional em relação à vacinação contra a poliomielite em
crianças menores de 1 ano. Já com relação às crianças de 1 ano, o estado ficou
na quarta posição na classificação nacional para a vacina em 2021.
No cenário da tríplice viral, que protege contra
o sarampo, rubéola e caxumba, Minas Gerais ficou na quinta posição nacional na
cobertura vacinal da primeira dose em crianças de 1 ano de idade, e na terceira
para a segunda dose, no ano passado. De janeiro a junho de 2022, a cobertura da
primeira dose da tríplice viral em Minas foi de 74,44% e, da segunda dose,
53,95%, conforme dados do SIPNI em 14/11. A meta do Ministério da Saúde também
é de 95%.
Já a Campanha Nacional de Vacinação contra a
Influenza, que também atende ao público adulto, teve grande redução de
cobertura vacinal nos últimos anos. Em 2020, houve imunização de 103% do
público-alvo. Em 2022, até o momento, a cobertura na campanha foi de 78,5%.
Ações e sensibilização
Além de buscar sensibilizar os mineiros sobre a
necessidade de seguir o calendário e manter o cartão de vacinação em dia, a
Secretaria de Estado de Saúde realiza outras ações nesse sentido nos
municípios, que vão desde a elaboração e divulgação de documentos técnicos,
passando por reuniões com as referências do programa de imunizações para
atualização e discussão de dúvidas das Unidades Regionais de Saúde e a
vigilância dos chamados Eventos Supostamente Atribuíveis a Vacinação ou
Imunização (Esavi) para o aumento da confiabilidade das vacinas.
Segundo a coordenadora do Programa de
Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão, o cenário de baixas coberturas
vacinais é uma preocupação do Estado e por isso, são realizadas ações
estratégicas em diversas frentes para garantir que as campanhas e a vacinação
de rotina alcancem os públicos-alvo com a cobertura preconizada pelo Ministério
da Saúde.
“Podemos destacar a parceria com a UFMG, por
meio de uma pesquisa-ação; também a vigilância intersetorial de indicadores
realizada pelo Gamov; a capacitação dos profissionais que atuam nas salas de
vacina em parceria com a Escola de Saúde Pública (ESP); a análise, elaboração e
divulgação da Classificação de Risco para a Reintrodução de Doenças
Imunopreveníveis em menores de dois anos de idade; além de ações de mobilização
social, promovidas em parceria com todos os 853 municípios, a fim de
sensibilizar a população sobre a importância da vacinação. As vacinas salvam
vidas, faça sua parte e mantenha seu cartão de vacina atualizado”, destaca a
coordenadora.
Para mais informações sobre as vacinas em Minas
Gerais, acesse www.saude.mg.gov.br/vacinamaisminas.