Por Fabio BISPO

Tem gente que cura ressaca com café forte. Eu curo com Gregorio Duvivier, Tati Bernardi e um bom papo de podcast sobre vários assuntos, chegando até falar o que pensa sobre Culpa Branca. Porque quando o Corinthians joga mal — e veja bem, isso não é mais um acidente, é uma estação do ano —, eu não ligo a TV e nem o YouTube pra ver comentarista gritar, nem mesa redonda vomitando estatísticas frias com cara de Excel.
Não. No dia seguinte de um jogo ruim do Timão, eu vazo pro mundo da cultura. Me refugio no calor das palavras e no silêncio dos que pensam antes de falar. Troco o “jogou mal” pelo “penso, logo existo”. Em vez de apresentador de programa esportivo, ouço Clóvis de Barros. E quer saber? Ultimamente tenho ficado um pouco erudito.
Jogar mal virou rito de passagem. Um empurrãozinho da bola pra eu virar um ser mais elevado. Quanto mais o Corinthians me deixa nervoso, mais eu aprendo. Já devorei Mano a Mano, fiz amizade com Alt Tabet e me peguei chorando com uma poesia recitada por Antônio Abujamra no Provocações. Quem diria.
Na última derrota, botei um documentário sobre a Rita Lee: Mania de Você. Na anterior, ouvi o podcast Rádio Novelo, um episódio sensacional chamado O Apagão. E assim sigo: cada gol que o Corinthians toma é um podcast novo que eu conheço.
O futebol me ensinou a sofrer. O Corinthians, a refletir. E os jogos ruins? Bem, esses me fizeram um homem melhor. Quase um intelectual. Se continuarmos assim, daqui a pouco tô escrevendo tese de doutorado sobre o sofrimento corinthiano como motor da evolução espiritual.
A única coisa que não evolui é o time. Mas disso a gente fala outro dia. Ou não fala. Melhor deixar pros poetas.

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Corinthians joga mal a mente vai longe






