Comissão do Trabalho ouve atingidos, governo e representante da Vale, que apresenta plano para atender brumadinhenses
Atingidos pelo rompimento da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte) reclamam da morosidade da Vale em ações para, pelo menos, minimizar o sofrimento da população local. Por outro lado, o representante da mineradora apresenta um protocolo de intenções no qual a empresa se compromete com a reparação integral dos danos.
Ouvidos deputados, convidados e cidadãos brumadinhenses, essa foi a principal constatação da audiência pública que a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social promoveu nesta terça-feira (2/4/19). Solicitada pelo deputado Mauro Tramonte (PRB), a reunião que lotou o Auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) teve como objetivo debater a situação dos empreendimentos atingidos pelo desastre.
“O sentimento que temos em Brumadinho é de abandono”, lamentou o presidente da Câmara Municipal, vereador Antônio Sérgio Vieira. Segundo ele, o crime está comprovado e o criminoso, identificado. “Mas e depois disso? Nós, que fomos atingidos, não sabemos quando haverá reparação”, indignou-se.
Ele citou os projetos divulgados pela Vale, e também pelo Governo do Estado, para recuperar a economia local, mas que não se traduzem em ações. “Ouvi propostas da empresa para recuperação do comércio, mas quando isso sairá do papel? Quando todos os comerciantes falirem? E a ferrovia até Inhotim, prometida pelo governo? Nesse ritmo, o museu fecha as portas antes”, alertou.
MAB – O dirigente nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli, fez coro à fala e acrescentou que o impacto não é só para Brumadinho, mas para toda a bacia do São Francisco. “Além das mortes, tivemos agricultores atingidos, e com isso, toda a cadeia produtiva da agropecuária, refletindo no aumento de preços de produtos; sem falar nos danos ao turismo, comércio”, sustentou.