CPI da Cemig interroga delegado em reunião secreta na ALMG

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Testemunha que será ouvida nesta quarta (13) conduziu inquérito sobre denúncias de corrupção na estatal e foi afastada.

O vice-presidente da CPI da Cemig, Professor Cleiton, destaca que objetivo da reunião secreta é apurar com o delegado o que ele já descobriu sobre suposta corrupção na Cemig – Arquivo ALMG – Foto: Guilherme Bergamini

Os deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que investiga possíveis irregularidades na gestão da Cemig interrogam nesta quarta-feira (13/9/21), a partir das 9h30, no Plenarinho IV, Gabriel Ciríaco Fonseca, delegado da Polícia Civil do Estado. Essa será a primeira reunião secreta da CPI.

O policial, que prestará depoimento na condição de testemunha, teria sido transferido em circunstâncias estranhas durante a condução de investigações sobre a Cemig no âmbito da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).

Na mira do delegado estavam supostas irregularidades cometidas na venda, por valor irrisório, da participação acionária da Cemig na empresa Renova Energia, com envolvimento da Light, outra empresa de energia na qual a companhia mineira também detém participação acionária.

A operação suspeita faria parte de uma estratégia maior de desestabilização financeira e política da Cemig tanto junto a opinião pública quanto junto ao mercado para viabilizar politicamente a privatização da estatal, já defendida publicamente pelo governador Romeu Zema.

Partido Novo – O ponto de partida dessa mudança nos rumos da Cemig teria sido a nomeação do atual diretor-presidente, Reynaldo Passanezi Filho, com a participação direta de uma empresa ligado a dirigente do Partido Novo, o mesmo do governador.

O inquérito conduzido pelo delegado Gabriel Fonseca também focaria nos inúmeros contratos celebrados pela atual direção da Cemig por inexigibilidade de licitação, atingindo cifras bilionárias.

Em algumas dessas operações há a suspeita, investigada pela CPI da Cemig, de ingerência política. No decorrer das investigações da Deccor, ainda no ano passado, teriam sido interrogados pelo delegado diversos executivos da Cemig que, agora, também têm sido convocados a depor na comissão parlamentar.

Transferência – Curiosamente, o mesmo delegado foi surpreendido no início deste ano com a transferência para uma delegacia comum na região de Venda Nova, em Belo Horiozonte, o que o levou a abandonar as investigações.

“Queremos saber o que ele já havia conseguido apurar, até porque temos encontrado dificuldades de conseguir informações na Polícia Civil”, contou o vice-presidente da CPI, deputado Professor Cleiton (PSB).

Segundo o parlamentar, a CPI da Cemig pediu cópia dos documentos do inquérito à direção da Polícia Civil mineira, mas recebeu como resposta que ele já havia sido enviado para a Justiça. Novo pedido já foi feito, mas o interrogatório do delegado pode agora acelerar as investigações no âmbito da ALMG.

Requerimento – A convocação do delegado Gabriel Fonseca atende a requerimento assinado pelo relator da CPI, deputado Sávio Souza Cruz (MDB), e pela deputada Beatriz Cerqueira (PT).

Poderão acompanhar esta reunião apenas deputados e servidores da ALMG autorizados pelo presidente da comissão, deputado Cássio Soares (PSD), que determinou de ofício que o interrogatório fosse secreto. A reunião não terá transmissão pela TV Assembleia, pelo Portal da ALMG e pelo canal da Assembleia no YouTube, como sempre acontec

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