O ano que se inicia será crucial para nosso país. Estamos
diante de um momento político agudo, uma disputa polarizada que vem se
acirrando aos poucos e que tende a atingir mais um ápice no ano que teremos
pela frente. Os desafios são imensos, com uma economia desajustada, uma
pandemia para ser controlada e uma eleição imprevisível. Logo, será o ano em
que a prudência precisará se sobrepor ao conflito e a convergência precisará
emergir como principal resultado político.
Estamos diante de um processo de acomodação daquele
terremoto que sacudiu o país nas últimas eleições. Encerramos um ciclo de três
décadas de nossa política, que começa com a Nova República, e agora busca um
novo caminho. Todas as opções políticas estão abertas, ou seja, pelo centro,
direita ou esquerda, mas é importante lembrar que o brasileiro quer resultado
para além das ideologias.
Fato é que a eleição que se avizinha tem uma característica
inegavelmente mineira, ou seja, mais do que nunca, deve vencer aquele que
souber costurar, articular e propor soluções reais para a população brasileira,
que cansou das bravatas e tende a tomar o rumo da segurança, ponderação e
prudência. A aposta em soluções mirabolantes gerou apenas desgaste, desemprego
e desalento.
A sabedoria política mineira ensina que deve-se evitar
enfrentamentos e que o caminho da conciliação é sempre o mais indicado. Isto é
o que os candidatos ao Planalto precisam levar em consideração em sua trilha
eleitoral. A estratégia do enfrentamento ficou pelo caminho nos estertores da
eleição passada. Ao olhar para o futuro, o brasileiro quer estabilidade,
emprego e crescimento sem se importar com a cor da ideologia.
Ao redor do mundo tem ocorrido o mesmo. Aqueles líderes que
apostaram na divisão e no forte viés ideológico, perderam espaço e foram
retirados do poder, tanto na Europa, quanto nas Américas. Candidatos que
apostaram na prudência, em uma política racional e de resultados, acabaram
colhendo vitórias expressivas nas urnas. Os eleitores também resolveram apostar
na moderação.
Devemos entender que nossa população tem enfrentado de
forma valente e corajosa todas etapas desta triste pandemia, que ceifou mais de
619 mil vidas de brasileiros até este momento. Ao mesmo tempo, nossa população
tem buscado meios de vencer os impactos da pandemia na economia, especialmente
buscando formas de empreender e sobreviver longe de ajudas incertas e
temporárias do governo.
A política deste novo ano passa necessariamente por estes
pontos. É preciso minimizar os reflexos da pandemia na área de saúde, ao mesmo
tempo que a economia não pare de produzir e continue a gerar empregos e renda.
Qualquer campanha que colocar a ideologia à frente destas necessidades, perderá
qualquer possibilidade de conexão com o eleitor, que busca soluções reais e
palpáveis para seus problemas.
O caminho do ano que se inicia é da boa política, da conhecida política mineira. É momento de escutar, propor e conciliar, um trajeto que coloque os antagonismos de volta em suas caixas e volte a se conectar com as reais necessidades de nosso povo.
Márcio Coimbra é Presidente da Fundação da Liberdade
Econômica, cientista político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey
Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal
Sobre a FLE
A Fundação da Liberdade Econômica (FLE) é um centro de pensamento, produção de conhecimento e formação de lideranças políticas. É baseada nos pilares da defesa do liberalismo econômico e do conservadorismo como forma de gestão. Criada em 2018, a entidade defende fomentar o crescimento econômico, dando oportunidades a todos. Nesse sentido, investe em programas para a formação acadêmica, como centro de pensamento e desenvolvimento de ideias. Ao mesmo tempo, atua como instituição de treinamento para capacitar brasileiros ao debate e à disputa política.
Fonte: Imprensa FLE imprensa_fle@viveiros.com.br
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