Ao longo desta semana, profissionais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão em campo visitando agricultores e extrativistas de Minas Gerais. A visita técnica tem como objetivo colher dados para a elaboração dos custos de produção das culturas do pequi, mangaba, leite e café. O levantamento é considerado fundamental por ser utilizado como base para o estabelecimento de políticas públicas e para o cálculo do preço mínimo.
As visitas serão realizadas nos municípios de Taiobeiras, onde será avaliado o custo de produção do café, Rio Pardo de Minas (mangaba), Santo Antônio do Retiro (pequi) e Porteirinha (leite). Com exceção da mangaba, que terá o custo atualizado, todos os outros custos serão elaborados pela primeira vez nestes municípios.
De acordo com o superintendente regional da Conab em Minas Gerais, Osvaldo Teixeira de Souza Filho, o levantamento de custo de variados produtos é importante para balizar os trabalhos do governo – na elaboração de políticas e programas – e do setor produtivo.
“O custo de produção agrícola é uma ferramenta de controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geração de importantes informações para subsidiar as tomadas de decisões pelos produtores rurais e, também, de formulação de estratégias pelo setor público e privado”, disse Teixeira.
O custo de produção também é uma ferramenta fundamental para a preservação do meio ambiente, como resultado do programa de Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio). O projeto garante um preço mínimo para 17 produtos extrativistas que ajudam na conservação dos biomas brasileiros como o açaí, baru, borracha extrativa, carnaúba, mangaba, pequi, pinhão e umbu.
Ainda segundo Teixeira, a Conab elabora, analisa e divulga informações sobre os custos de produção de culturas temporárias, semiperenes, permanentes e de produtos ligados à avicultura, suinocultura, caprinocultura, atividade leiteira e sociobiodiversidade.
A pesquisa de levantamento feita pelos profissionais da Conab conta com o envolvimento dos produtores de cada atividade, entidades representativas do setor agrícola, fabricantes de máquinas e insumos e instituições de pesquisas.
Nas coletas de dados, os agentes que compõem a cadeia produtiva participam de painéis técnicos onde são definidos os parâmetros, atividades e insumos para cada cultura. Os dados levantados pela Conab servem de base para a elaboração dos preços utilizados no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) e na Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade, no caso do pequi e da mangaba, por exemplo.
Ao todo, são 40 produtos pesquisados no País. Em Minas Gerais, a lista é composta por 11 culturas, com destaque para o feijão, leite, café, pequi, umbu, macaúba e baru.
Critérios
Teixeira explica que os municípios e produtos pesquisados são definidos conforme a participação em cada programa do governo. No caso dos produtos do Programa de Sociobiodiversidade, por exemplo, são levados em conta os municípios que possuem o maior número de extrativistas e são entrevistados os próprios coletadores, associações e cooperativas.
Já para as pesquisas em que o produto está inserido no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), como o leite, por exemplo, os municípios escolhidos são aqueles que possuem maior número de contratos de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e os entrevistados são produtores da agricultura familiar, associações e cooperativas.
Produtos que integram a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), como o café, trigo, algodão, por exemplo, têm os custos levantados em municípios que possuem boa produção e organização, levando em consideração a realidade econômica e a logística de distribuição dos produtos e insumos no município.
Fonte: Sistema Faemg