Segundo o painel Vacinômetro, apenas 35% das crianças completaram o esquema vacinal primário em Minas Gerais e somente 22% dos idosos receberam o segundo reforço
Com o início do período de clima mais frio, a Secretaria de Estado de Saúde de
Minas Gerais (SES-MG) destaca a importância de a
população completar o esquema vacinal contra a covid-19, sobretudo idosos e
crianças, que são os grupos mais suscetíveis às doenças respiratórias.
Quem faz o alerta é o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, o médico
Fábio Baccheretti. “Estamos chegando na última semana de maio, iniciando o mês
de junho, quando começa o inverno, e um ponto que nos preocupa muito é a baixa
adesão à vacinação. Nós temos muitas crianças que não buscaram a segunda dose
ainda. Temos, também, os idosos que têm que tomar a segunda dose de reforço, ou
seja, a quarta dose”, diz Baccheretti.
Segundo o secretário, outro ponto de atenção é para a sazonalidade das
infecções respiratórias, que acompanha o inverno. “Essa baixa adesão nos
preocupa muito, porque a doença da covid agora é sazonal e este é o pior
momento do ano em relação a essa doença. Então, é muito importante lembrar a
todos de tomar a vacina, tanto as crianças, quanto os adultos e idosos, para
que a gente atravesse esse momento de maior risco de contaminação. A vacina é a
única arma para vencermos essas infecções. Isso nos preocupa e vale esse puxão
de orelha. Quem ainda não tomou a vacina vá até o posto de saúde e garanta a
sua proteção”, completa.
Cobertura
Com mais de 46,7 milhões de vacinas contra covid enviadas aos municípios
mineiros, a cobertura com a primeira dose (D1) do imunizante no estado está em
89%, segundo dados do painel Vacinômetro divulgados
nessa segunda-feira (23/5). Com a segunda dose (D2), estão cobertos 82,6% da
população, incluindo também as doses únicas. A meta preconizada pelo Ministério
da Saúde é de 90% das pessoas com mais de cinco anos de idade com o esquema
vacinal primário completo.
Já na vacinação de reforço, a cobertura em Minas Gerais é de 57,3% para
terceira dosagem (1ª dose reforço, ou R1) e de 21,7% para a quarta dose (2ª
dose reforço, ou R2), direcionada a idosos com mais de 60 anos e
imunossuprimidos.
Em relação à vacinação do público infantil, a cobertura é de 69,4% das crianças
com idade entre cinco e 11 anos com a primeira dose. Para a segunda dose, a
cobertura é de 35%. Ao todo, são 1,9 milhão de vacinas aplicadas em Minas em
crianças, sendo 1,2 milhão para a primeira dosagem e mais de 655 mil para a
segunda aplicação.
De acordo com a avaliação do Grupo de Análise e Monitoramento da Vacinação em
Minas Gerais (Gamov), a macrorregião de saúde Vale do Aço é a que possui menor
cobertura vacinal de doses pediátricas, tanto de D1 (52,91%) quanto de D2
(25,24%). A macrorregião que apresenta o melhor indicador é Jequitinhonha, com
84,16% e 41,42% para D1 e D2, respectivamente.
Sobre o perfil epidemiológico das doses aplicadas de vacinas contra covid-19,
quase 53% do total das doses administradas foram em pessoas do sexo feminino. A
maior parte dos imunizantes utilizados é da Pfizer, seguido pela AstraZeneca,
CoronoVac e Janssen. Em relação à faixa-etária, o maior número de doses
aplicadas foi em indivíduos de 30 a 39 anos (8,72%), seguido de 40 a 49 anos
(8,38%) e 50 a 59 anos (7,80%). A maioria das aplicações em indivíduos do sexo
masculino aconteceu apenas na faixa-etária de 30 a 39 anos (7,98%).
Atualização
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o
Vacinômetro, painel responsável pelo monitoramento da vacinação contra a
covid-19 no estado, voltou a ser atualizado diariamente a partir dessa
segunda-feira (23/5). A migração da base de dados para o OpenDataSUS, do
Ministério da Saúde, iniciada em 5/5, teve o objetivo de alinhar os dados do
painel com o banco de dados oficial do órgão federal. Até o início do mês de
maio, eram utilizados os dados do sistema oficial e, também, os dados
preenchidos pelos municípios em formulário eletrônico próprio elaborado pela
secretaria.