A fantasia funciona enquanto é possível acreditar nela. No momento em que corre o risco de perder a credibilidade, o propósito desaba. Uma das áreas mais difíceis de se recrutar hoje é a do tabaco. Como é possível seduzir alguém para trabalhar nessa indústria? Há trinta e cinco anos, havia charme naquele ato. O artista, como Frank Sinatra fumava e era sinal de independência, O cowboy, John Waine simbolizava a vida solta, destemida.
Hoje, qual é o encantamento da indústria do tabaco? A não ser que alguém diga para o jovem que é um serviço que se presta à sociedade, dado que há gente que queira fumar, não há outro argumento. Obviamente, aquele é um produto que faz mal, tanto quanto o consumo de bebida alcoólica. Ainda que se admita a bebida alcoólica como objeto de festividade, a recomendação de “beba com moderação” está sempre presente. Mas não se pode dizer o mesmo em relação ao cigarro, mesmo que algumas comunidades façam celebrações em roda com a presença do fumo. Mas essa condição antropológica não é suficiente para demover a associação do produto às doenças que ele causa.
Uma parte da indústria hoje encontra grande dificuldade de se afirmar, quando se pensa na perspectiva de oferecer propósito. Há outras, no entanto, que são encantadoras. Uma coisa altamente sedutora é convidar um jovem para atuar numa área de proteção ecológica. Trabalhar em engenharia ambiental, com segurança alimentar, com os cuidados que ajudam a economizar recursos, com os cuidados da saúde e bem-estar etc. Há muitos caminhos honrados, há muitos negócios decentes; é procurar não desperdiçar tempo- tempo é vida.