Crescemos quase todos sem jamais precisar tomar decisões importantes. Os adultos frequentemente nos privaram dessa responsabilidade e as tomaram para nós. Mesmo quando tentávamos, ou queríamos dar uma opinião, ela não era considerada importante. Os nossos pais representavam a autoridade máxima. Ou concordávamos com suas exigências ou então tentávamos convencê-los a mudar de ideia quanto ao que queriam que fizéssemos.
Quando entramos na adolescência, tornou-se óbvio que logo teríamos que decidir o que seria melhor para nós. Essa pode ser uma experiência assustadora, pois o típico adolescente entra no mundo adulto com muito pouco preparo para o que o espera. O nosso treinamento familiar e o sistema educacional ignoraram essa parte vital e necessária para o nosso crescimento.
É nesse estágio da vida que tomamos a decisão fatal de conformar-nos. Quando crianças, fomos treinados a obedecer ou, senão, sofrer as consequências, de modo que é compreensível que, quando entramos na idade adulta, a maioria de nós opte pelo conformismo como a maneira mais fácil e vantajosa de lidar com a vida. Preferimos não perturbar o equilíbrio da nossa presente situação porque a nossa necessidade de ser aprovado é, em geral, bem maior do que a de fazer o que realmente desejamos.
O conformismo é um dos maiores males psicológicos da espécie humana. A pessoa que adquire esse hábito destrutivo raramente alcança as suas metas. Ela deseja ser uma pessoa notável, independente e fazer coisas importantes. Mas não consegue. A sua preocupação em sempre buscar ser aprovada a impede disto.
O conformado é dominado pela necessidade de aprovação. Nunca consegue oferecer o suficiente. Corre de uma pessoa para outra em busca de elogios e reconhecimento pelo seu comportamento e pelas suas ações. Quando criança se voltava para os pais e professores; quando começou a trabalhar, passou a se voltar para o chefe e para os colegas de trabalho; no casamento, se volta para o parceiro. Ele precisa ter sempre alguém por perto que passe a mão na sua cabeça e lhe diga que está fazendo um bom trabalho, o que reforça a sua autoestima. Ao buscar constantemente aprovação, se priva da responsabilidade de ser o causador do próprio sucesso e o seu bem-estar passa a depender inteiramente dos outros. O oposto da coragem não é covardia, mas sim conformismo. Jamais se pode conferir a outro ser humano o poder de construir a nossa vida, muito menos de influenciar enfaticamente nas nossas iniciativas.