Itirapuã:- Escrever talvez seja a única coisa que, acredito saber fazer na vida.
Escrevo porque gosto, porque quero, porque me explica, me alivia… Acordo e tudo faz sentido na minha cabeça.
Hoje, em meio a bagunça do dia, sentei-me para escrever, e o silêncio me habitou. Pensei, repensei… E agora?
O que me inspira? O que me carrega?
Amor…
Sim! Amor pela vida, por aquilo que é minha vida. Minhas filhas, minha família, meu marido, minha devoção!
É hora então de visitar meus amores, minha história, e ai parto para uma nova paixão: fotografia.
Viro e reviro todas as fotos, sinto as delícias da maternidade como mãe e como filha, sinto o toque das mãos ásperas do meu avô, o cheiro do feijão da minha avó, o sabor dos bolos da minha mãe, dos sucos loucos do meu pai… e lá vamos nós em uma viagem que me enche de nostalgia. Ali, em meio a minha história, me pergunto quantas vezes recomeçamos?
Recomeçamos a cada página que viramos.
É tão fácil enxergar a beleza dos recomeços depois da luta contra uma doença, a recuperação de um desastre! E recomeçar depois do doído adeus de quem passou pro outro lado do caminho…
Recomeçar depois de um filho! Ver a vida se renovar numa nova criatura, tão pequena e frágil, capaz de um amor tão intenso!
Recomeçar depois do fim… fim de uma história, de uma paixão, de uma caminhada…
Recomeçar um novo tempo, em um novo lugar, um novo projeto… e aí me vejo aqui, escrevendo não sei pra quem, iniciando um novo projeto cheio de carinho, na esperança que cada palavra desperte para você que as lê, aquela sensação boa de quem recebe uma carta de alguém querido e distante, recheada de todo tipo de amor, este que é justo venha como vier!