Itirapuã:- A procura de inspiração para escrever, acesso a internet e começo a ler alguns textos e assistir os vídeos dos amigos. De repente a imagem de uma senhora chorando aparece na tela: ela chora de sede! Mantida em situação precária ela tinha fome e sede e estava suja. Não sei quem fez isso com ela e não me interessou nem ter conhecimento da criatura que foi capaz de tal atrocidade. Rolo a tela e outro vídeo me comove: um casal de meia idade enfrenta junto o câncer da mulher. Ela, bonita, de lenço na cabeça, ligada à vários fios, gargalha por algo que o marido – careca por opção – lhe mostra. Choro outra vez. A quantidade de amor que separa estes dois vídeos é astronômica e assustadora. Sinto um aperto como se fosse ser estrangulada pela quantidade de sentimento que me afoga, um misto de choro escorre de novo e acabo por concordar com o poeta: “… O mundo está ao contrário e ninguém reparou…”.
Salvar o mundo?
Impossível!
Salvar a humanidade?
Salvarei como a mim mesma?
Como olhar a dor do meu irmão e não me comover? Como me dizer parte de uma igreja que prega o amor ao próximo e não sentir doer a alma quando encaro a tristeza do abandono e do descaso com quem se deveria amar? Como encarar com respeito políticos corruptos eleitos pelo voto do POVO que simplesmente somam aos seus já absurdos salários, benefícios desnecessários e dinheiro, fruto de corrupção que deveria alimentar, cuidar, proteger e oferecer Educação e Cultura a quem já nada tem e até o “nada” lhe está sendo tirado?
A maior miséria que me assusta é a da Alma! Gente mesquinha e atormentada pelo demônio da ganância, do ódio e discórdia que semeia fofoca, rancor e segregação. Agarro-me com firmeza, por fim, no casal do qual falei no começo deste meu modesto desabafo, e o que desejo ao mundo é que ele aprenda com a reciprocidade, para que entendam definitivamente que só o amor é realmente transformador. O resto é lixo e balela.