Para não misturar as ideias: Globalismo é um termo que também pode significar globalização política, o que não tem nada a ver com a globalização econômica. Ora, globalização econômica significa livre comércio e livre mercado. Trata-se de um arranjo que não apenas não necessita da intervenção de governos e burocratas, como funciona melhor sem eles. Indo mais além, trata-se de um arranjo que surge naturalmente quando não há políticos e burocratas impondo obstáculos às transações humanas.
Já o globalismo é o exato oposto: trata-se de um arranjo que só existe por causa de políticas e burocratas. Seria impossível haver globalismo se não houvesse políticos e burocratas. O globalismo é uma política internacionalista, implantada por burocratas, que vê o mundo inteiro como uma esfera propícia para sua influência política. O objetivo do globalismo é determinar, dirigir e controlar todas as relações entre os cidadãos de vários continentes por meio de intervenções e decretos autoritários.
O argumento central do globalismo: lidar com problemas cada vez mais complexos deste mundo que vão desde crises econômicas até a proteção do ambiente- o que requer um processo centralizado de tomada de decisões, em nível mundial. Consequentemente, leis sociais e regulamentações econômicas devem ser “Harmonizadas” ao redor do mundo por um corpo burocrático supranacional, com a imposição de legislações sociais uniformes e políticas específicas para cada setor da economia da cada país.
Nesta linha de pensamento, o estado-nação na condição de representante soberano do povo se tornou obsoleto e deve ser substituído por um poder político transnacional, globalmente ativo e imune aos desejos do povo. Obviamente, a filosofia por trás dessa mentalidade é puramente socialista-coletivista. Representa também o pilar da União Europeia. Em última instância. O objetivo da EU é criar um superestado europeu, no qual as nações-estado da Europa irão se dissolver como cubos de açúcar em uma xícara quente de chá. Foi majoritariamente disso que os britânicos quiseram fugir.
Concluindo, o globalismo representa o autoritarismo e a centralização do poder político em escala mundial, a globalização econômica – que nada mais é do que a divisão do trabalho e o livre comércio- representa a descentralização e a liberdade, promovendo uma produtiva e, ainda mais importante, pacífica cooperação além-fronteiras. Como já dizia Bastiat( Jornalista e economista francês, nasceu em Bayonne – França, perto da fronteira franco- espanhola), se, em vez de nos permitirmos os benefícios da livre concorrência e do livre comércio, começarmos a atuar incisivamente para impedir o progresso de outras nações, não deveríamos nos surpreender caso boa parte daquela inteligência e habilidade que combatemos por meio de tarifas e restrições de importações acabe se voltando contra nós no futuro, produzindo armas para guerras em vez de mais e melhores bens de consumo que eles querem e podem produzir, e os quais nós queremos voluntariamente consumir. Quando bens param de cruzar fronteiras, os exércitos o fazem. Por isso é de extrema importância preservarmos a globalização econômica.