Com a mídia “malhando” em cima dos seres humanos, o protótipo ideal de “saúde” e beleza, a paranoia tomou conta de crianças, jovens e idosos.
Não se vê mais um ser satisfeito com sua aparência ou estado físico. Alguns se acham com barriga demais ou de menos, pernas finas ou grossas demais.
E com isso toma academia o tempo todo que tiver livre. Tortura voluntária, e, o que é pior, cara demais. Nas academias gira um valor exorbitante, onde muitos deixam de comprar pão, para poder ficar amarrado em correntes e com pesados ferros nos tornozelos. Outros carregam nos braços argolas de aço em nome da musculação. Além, é claro, de ficar horas correndo em esteiras, pedalando como se estivesse fugindo de vampiros, ou erguendo pesados alteres. Se analisarmos com frieza, escravidão é pouco. Porque, ser escravo por livre e espontânea vontade, de algo que embrutece e aniquila as forças totalmente, no mínimo é loucura. E essa loucura é comandada pela lei: seja mais belo que o vizinho. E aí fica a pergunta: Para quê? Que falta vai fazer essa tal academia, tortura gigantesca que faz inveja aos mais sádicos campos de concentração? Que bom poder sair a passear, conversar com os pássaros e borboletas, tirar foto de uma flor, ou simplesmente sorrir para o sol ou para a chuva. E que me diz de uma conversa saudável e gostosa com algum conhecido? Credo! Isso é careta! O correto é ficar com as pernas cheias de bolas como jogador de futebol, os músculos protuberantes como boxeador e a barriga com nesgas de esfregadeira de roupas. Aliás, a mídia diz que é assim que deve ser. Mas, os proprietários das academias, estão com a bela barriga de prósperos comerciantes.