Ele estava lá, no seu canto, tentando copiar a lição com seu braço torto. Mas tortos na verdade eram os monstros que o cercava, com suas mentes sãs e fechadas, com seus membros perfeitos, embora mais toscos que qualquer outra coisa já vista. Nada fez, e estava sendo um grande alvo de bullying de seus espúrios colegas de classe. Não eram crianças para ter tamanha infantilidade, pois estavam no prestigiado Ensino Médio, embora não tenham o mínimo de consciência e amor ao próximo para serem indivíduos no mínimo apresentáveis. Esse é o mundo em que vivemos, e são poucos aqueles que exercitam algum músculo “perfeito” para mudar alguma coisa. E assim é meu dia-a-dia, e por pior que pareça, eu não gostaria de viver sequer mais um dia nesta imundice que chamam de “isso é normal”. Aliás, deficientes são aqueles que tem suas limitações, ou talvez nós que vemos acontecer constantemente desgraças com os outros e fingimos que não nos atinge? A realidade é de todos, mas poucos a vivenciam.