Colunista | edgarlook – Espaço Memória – HR | APARÊNCIAS

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O desejo ardente e febril de ser notado por alguém chega a ser um drama de nosso dia a dia. Pessoas comuns em disputa por uma atenção momentânea, fazem pedidos de socorro para serem notados; uma questão de vida ou morte. Expomos nossas vidas de forma inoportuna e desesperada, nossos íntimos segredos são quase sempre falados aos ventos. Às vezes dizemos isto e nunca somos percebidos, fato que a necessidade desta exposição infundada é maior e não tem preço.

Crianças são deseducadas pelos próprios pais, criamos heróis de botequins; aqueles que suas falas os fazem tornar deus de coisa nenhuma.

Futilidade se tornou lema principal. É preferível ser um idiota de cara enlameada por três segundos na televisão do que ser lembrado por fato notável que não o levará ao ridículo. Todos os dias e todas as noites erigimos seres patéticos e damos destaque a seus atos pueris.

Esta é a nossa necessidade, não importa se a fome assola ou o desemprego se mostra ali, a sobra que temos já satisfaz. O que queremos é um medíocre barato em nossa televisão paga a duras prestações, assim o assunto em debate está preparado para o outro dia. Nossa vida é falar da vida alheia, indignar-se com um fato marcante, já torcendo por outro ser ainda mais impactante. Hoje em dia a desgraça é tratada tal qual um romance, e nós, os imbecis tolerantes e sem opinião, reclusos na nossa estúpida capacidade inoperante.

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